salasdebatepapo

Num dia destes, entrei em algumas salas de bate-papo na internet. Nunca tivera interesse e tempo para essa atividade, mas nesse dia resolvi experimentar.

Inicialmente, percorri várias delas, para - no dizer específico - "dar uma espiada" e ver o "papo que estava rolando".

Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com os pseudônimos - links- que os usuários escolhiam para si. Alguns chocantes, de absurdo mau gosto e até acintosos. Uns poucos desses nomes até me forçaram a olhar, mais de uma vez, para ter a certeza que os lera corretamente. Houve alguém que até colocou a figura de um órgão masculino de avantajada forma, junto ao seu link, para ficar mais em evidência.

Constatei que, embora ali estivessem pessoas de várias idades, predominavam (pelo menos no horário noturno) adolescentes e jovens, mesmo em salas destinadas a pessoas de mais idade.

E os "papos que rolavam"... era convites abusados e diálogos em linguagem extremamente grosseira... sugerindo o uso da "web cam" para o acesso de imagens mais "picantes" dos próprios usuários, em contatos privativos através do "msn". Desnecessário dizer que o assunto, quase que exclusivo, era...sexo!

Garimpando, aqui e ali, consegui encontrar algumas pessoas normais e trocamos idéias interessantes. Mas saí com uma sensação de impotência, diante dessa avalanche que atinge os nossos jovens, de maneira avassaladora.

Talvez minha visão pessimista esteja embaçando as altas vantagens desse tipo de comunicação, uma vez que tais salas podem ser usadas para comunicações rápidas, importantes e interessantes entre pessoas que previamente combinam horário e sala, para conversarem, a baixo custo, on line - entre outras vantagens.

Por outro lado, talvez esses ditos "excessos" sejam apenas arroubos inconsequentes da juventude, ávida por mostrar coragem de derrubar barreiras e quebrar regras impostas pelos costumes e pela educação oficial, bastante castradora.

Senti-me alijada desse contexto,por meu próprio descaso sobre o assunto. Reconheço que, como educadora que fui, deveria ter acompanhado mais de perto essa evolução da comunicação. Talvez eu, então, não me surpreendesse tanto.