O FILME FRANCÊS E O MORTO JAPONÊS CONDUZIDO ÀS COSTAS.

O FILME FRANCÊS E O MORTO JAPONÊS CONDUZIDO ÀS COSTAS.

Na verdade trata-se de um filme que assisti no Cine Liberdade e pelo canal Futura, sexta-feira à noite. O filme AMOR, de produção francesa, ganhador do prêmio melhor... de Canes, não nos emocionou.

Miracy e eu asistimos o filme AMOR todo. Sem comer pipoca porque a máquina do pripoqueiro estava estragada. Não sei se Miracy cochilou por falta da pipoca para mastigar ou se pela monotonia do filme francês.

Este filme retratou a vida rotineira de dois octogenários casados, músicos e carentes de filhos, aparecendo em cena somente uma filha que morava em outra cidade francesa, a qual sozinha, visitava os pais impulsionada pela doença da mãe.

O filme AMOR é rodado em torno da vida do casal ancião. Aparece um rapaz músico, ex-pupilo do professor Alexandre. Tal moço sonha em ser concertista renomado e gravar um CD ROM, incluindo a música predileta da idosa Anne de nome ¨Bagatelas¨. Esta senhora pede ao rapaz para tocar a música ¨Bagatelas¨. Ele a toca. Depois vai-se para outras paragens, que não são filmadas.

Anne sofre paralisia do lado esquerdo do corpo. Com a idade avançada sua doença piora a cada dia. Seu marido, também idoso, cuida dela com carinho. A filha faz visitas aos pais. Enfermeiras são contratadas. Quase no final do filme, cansado, estressado e impaciente, o marido idoso sufoca a esposa, mais do que demente, com o travesseiro, matando-a asfixiada.

E o filme termina com o idoso sendo acordado com a imagem da mulher-defunta-esposa lavando vasilhas na cozinha... Ele levanta-se com dificuldade... Ela o manda calçar os sapatos... Assim que ela termina de lavar as vasilhas pega o casaco marrom e encaminha-se para a porta... Chama o marido... Os dois saem deixando a casa vaga... A filha chega... Ela nota que a casa está vazia... Então senta-se no sofá... Fica a esperar pelo pai que não vem... E o filme acaba Assim!

Quanto ao morto japonês carregado às costas achei o filme muito mais interessante. Trata-se de uma viagem que um amigo, tendo prometido ao outro amigo que o levaria para casa, mesmo se ele estivesse morto, fez pelas estradas do seu país para que, sempre conduzindo o morto às costas, vivesse situações inusitadas, hilárias e até bizarras, como no caso do funeral do ¨mestre¨ que não não tinha herdeiro e fez seu funeral em vida... Para ver se tinha muitos amigos a chorar-lhe...

E o japonês condutor do morto às costas depois de muitas peripécias, uma delas revestindo o defunto de ¨espantalho¨ para participar de uma ¨comilança¨, uma vez que estava morto de fome...

Ele consegue chegar ao seu destino... Mas... Mas... Que decepção. A casa do defunto fora demolida para dar lugar a uma represa com mais de 156 metros de profundidade e sua família havia se mudado para outra província... Da casa só sobrou a porta de madeira... E o morto continuou morto, só tendo o amigo para chorar-lhe o infortúnio.

F I M.