O "Eu" de Nós

Li, certa vez, uma frase que dizia: “Deixem que o ‘Eu’ real transpareça e atue.” Ser autêntico é simplificar-se, é deixar que o “eu” real seja invadido e dirigido pelo Espírito que rege a Trindade Santa, é identificar-se com Deus, é realizar plenamente, pelo método progressivo, o ideal que Deus sonhou para cada um de nós ao nos criar (Gn 1, 24-30). Harold Raham, em um de seus escritos, em parceria com Maria Lamego, declara: “Em primeiro lugar, é necessário que eu saiba acolher isso, é mais que aceitar o meu “eu total” nas circunstâncias particulares em que Deus me colocou na vida. Aceitar e acolher é, sem dúvida, um ato de sabedoria e fundamental para entrar em sintonia com todos os seres vivos, especialmente, com os semelhantes. Há gente que passa a vida em contínuo desentendimento consigo mesmo e com os outros, porque não se aceita, não se perdoa e não perdoa os outros.
No fundo de si mesmo, fervilha a lava da revolta, como um vulcão aparentemente extinto, mas que a qualquer momento pode explodir. Gente descontente, mordaz, permanentemente perturbada, procura refúgio em si mesma, desligando-se de tudo e de todos. E, na solidão, perde a maravilha do convívio social.
Na verdade, aquilo que não temos, não podemos doar. As carências, com facilidade, transformam-se em revolta. Se eu me aceito com as minhas fragilidades, na certa, vou aceitar o outro como ele é, sem compactuar com maneiras ou atitudes desajustadas da carruagem... Esse equilíbrio advém do conhecimento pessoal e comunitário adquirido ao longo da caminhada, através de experiências vividas e observadas.
A palavra “Deus” nos dá, parece-me, uma mensagem de conscientização: D= divino, está em primeiro lugar; EU = centro de seu amor; S = senhor do universo.
 
Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 02/03/2013
Reeditado em 17/04/2013
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