Desculpe-me Senhor Beterraba.
O dia amanhece quente prá caramba. Tenho duas coisas importantes para fazer hoje e uma delas é ir a casa lotérica pagar umas continhas e apostar na loteria. Mas antes café, sem cafeína não funciono, com ela já funciono aos trancos. Padaria ou botequim? Fui pro botequim. Este é metido a besta, não se vê baratas na vitrine do grande balcão, salão amplo e bem arejado, o aroma de xixi não chega aos buracos do nariz. Vez em quando venho aqui comer pão com dois ovos fritos acompanhado de café preto e depois arremato com suco de laranja ou o chamado três em um, suco de laranjas cenouras e beterraba com açúcar a meu gosto.
Pedido feito passei a olhar os acontecimentos a minha volta, nada de extraordinário dentro do botequim. Pessoas comuns, normais, fazendo a primeira refeição do dia antes de enfiar a cara nas suas rotinas. Na grande tv pendurada na parede o telejornal, mas sem volume algum. Ninguém olhava para ela mesmo, pra que volume? Mas a imagem estava interessante, e mostrava o assunto do momento, o Vaticano. Na imagem sem som eu via velhinhos cardeais apressados, lépidos e fagueiros correndo dos jornalistas. Amanhã se um daqueles atletas olímpicos for eleito papa passará a andar com passinhos miúdos, gestos suaves de mãos. Bando de pássaros hipócritas.
Olhei para fora do boteco para ver as pessoas passando na calçada e carros nervosos na retenção do trânsito, e o grande caminhão parou bem em frente ao boteco, caminhão novo bonito, baú, e na lateral do baú escrito em letras enormes o nome do dia, Mario Beterraba. Letras cor de beterraba sobre lindas e apetitosas beterrabas. Eu não como beterraba, nem as do Mario Beterraba, indas e perfeitas na forma e na cor, eu bebo beterraba.
Meu pão e ovos chegaram acompanhados do café, comecei a comer ainda olhando para o Mario Beterraba e pensando se aquele nome era próprio ou nome fantasia. Claro que é fantasia, seu Mario sei lá das quantas negocia beterrabas e talvez outras coisas da terra. Mas foi muito bom para minha fantasia imaginar que exista uma Senhora Beterraba, esposa do senhor Mario Beterraba, que de tanto lidar com beterrabas ficou da cor das beterrabas. Fantasiar...a Senhora Beterraba... pele da cor das beterrabas... deitada... em lençol azul celeste...
Homem é bicho muito bobo, não é mesmo? Eu ficaria muito mais bobo diante da Senhora Beterraba deitada pelada.
O dia amanhece quente prá caramba. Tenho duas coisas importantes para fazer hoje e uma delas é ir a casa lotérica pagar umas continhas e apostar na loteria. Mas antes café, sem cafeína não funciono, com ela já funciono aos trancos. Padaria ou botequim? Fui pro botequim. Este é metido a besta, não se vê baratas na vitrine do grande balcão, salão amplo e bem arejado, o aroma de xixi não chega aos buracos do nariz. Vez em quando venho aqui comer pão com dois ovos fritos acompanhado de café preto e depois arremato com suco de laranja ou o chamado três em um, suco de laranjas cenouras e beterraba com açúcar a meu gosto.
Pedido feito passei a olhar os acontecimentos a minha volta, nada de extraordinário dentro do botequim. Pessoas comuns, normais, fazendo a primeira refeição do dia antes de enfiar a cara nas suas rotinas. Na grande tv pendurada na parede o telejornal, mas sem volume algum. Ninguém olhava para ela mesmo, pra que volume? Mas a imagem estava interessante, e mostrava o assunto do momento, o Vaticano. Na imagem sem som eu via velhinhos cardeais apressados, lépidos e fagueiros correndo dos jornalistas. Amanhã se um daqueles atletas olímpicos for eleito papa passará a andar com passinhos miúdos, gestos suaves de mãos. Bando de pássaros hipócritas.
Olhei para fora do boteco para ver as pessoas passando na calçada e carros nervosos na retenção do trânsito, e o grande caminhão parou bem em frente ao boteco, caminhão novo bonito, baú, e na lateral do baú escrito em letras enormes o nome do dia, Mario Beterraba. Letras cor de beterraba sobre lindas e apetitosas beterrabas. Eu não como beterraba, nem as do Mario Beterraba, indas e perfeitas na forma e na cor, eu bebo beterraba.
Meu pão e ovos chegaram acompanhados do café, comecei a comer ainda olhando para o Mario Beterraba e pensando se aquele nome era próprio ou nome fantasia. Claro que é fantasia, seu Mario sei lá das quantas negocia beterrabas e talvez outras coisas da terra. Mas foi muito bom para minha fantasia imaginar que exista uma Senhora Beterraba, esposa do senhor Mario Beterraba, que de tanto lidar com beterrabas ficou da cor das beterrabas. Fantasiar...a Senhora Beterraba... pele da cor das beterrabas... deitada... em lençol azul celeste...
Homem é bicho muito bobo, não é mesmo? Eu ficaria muito mais bobo diante da Senhora Beterraba deitada pelada.