O ultimo degrau

Em todos os noticiários foi salientada a notícia:

Portugueses feitos escravos em Espanha.

Cumpre-me o doloroso dever, como Português, amante da minha pátria e deste povo, indagar junto das mais altas esferas governativas o porquê desta situação?

Numa breve análise à situação a que estes últimos governos nos têm levado com políticas profundamente erradas, a ser o país mais pobre, o país mais envelhecido, o país onde a esperança de vida diminui, o país onde os jovens recém formados se confrontam com o desemprego e sem esperanças, o país onde os casais de trabalhadores verificam que os dois salários não chegam para criar mais que um filho e quando um deles fica sem trabalho é necessário sujeitar-se ao que aparecer, o país que segue rigorosamente as directrizes da Europa sem olhar ao bem-estar do seu povo e ao progresso da sua nação.

Enfim senhores Governantes, parem um pouco com as viagens de pura diversão política e olhem o país real que nós somos.

Escravos… Ainda se admiram?

Não criticaram os governos “da outra senhora” que fazia os Portugueses irem para França e viverem no BIDON-VILLE? Pelo menos os Franceses ainda pagavam a tempo e a horas. Basta ver as vivendas que os nossos imigrantes de então fizeram na sua terra.

Que estão agora a fazer?

Admiram-se que os Espanhóis nos considerem dignos de ser escravos na terra deles? Precisam de mão-de-obra barata e disponível para poderem competir com a Europa e fazem-no. E os senhores que fazem? Aumentam os impostos… Que os senhores prometeram durante a campanha eleitoral não o fazer. Se os senhores enganam os Portugueses, porque os Espanhóis não o podem fazer?

Pobre povo que assim se vê vilipendiado na velha e decrépita Europa graças aos barões recém-criados, pelos sucessivos desgovernos que apenas tem em mente criar uma elite de nababos e deixar o seu nome ligado a obras de fachada, que a 90% dos Portugueses nada serve. Querem um novo aeroporto, um comboio de alta velocidade, tudo meios que se destinam aos senhores Europeus e classe alta Portuguesa, que diz a isto um simples Transmontano, ou até um trabalhador Lisboeta ou ainda um Alentejano que trabalha a terra?

Arregala os olhos e diz: Como é possível?

A Europa comparticipa com 50% do custo, claro que os outros 50%, fora as derrapagens de custos, é dinheiro emprestado pela Europa, quanto nos vai custar esse empréstimo? E os estudos já feitos pelos amigos? E o que nos vão vender para elaborar essas obras? Será que emprestam mesmo?

Porque não lhes pedem esse dinheiro para projectos de implementação da nossa Industria. Ou da nossa Agricultura?

Projectos que criem verdadeiros empregos e não dar crédito ás Multi-nacionais, que apenas servem para sugar o que podem dos nossos trabalhadores e quando lhes convêm mudam para outro país, lançando no desespero do desemprego centenas de trabalhadores e mais encargos para o estado Português.

Meus senhores os Portugueses acreditaram em vós e continuam a descer nos degraus da desgraça e quando os estrangeiros emigrantes forem mais do que nós?

Será que depois de escravos dos Espanhóis, o seremos na nossa própria terra? Será que vamos descer esse último degrau?

Respondam-me se forem capazes e não me venham com conversas da treta, mas com factos… Eu tenho filhos e netos e não estou a ver futuro no meu amado país.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 18/03/2007
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