No meu caminho

Por Gilrikardo

Em frente a onde moro existia um “pequeninozinho” buraquinho, antes de vê-lo crescer e tornar-se um adolescente, ligamos para a secretaria regional do bairro, não apenas uma, mas várias vezes. Isso foi há mais de trinta dias, hoje aquilo que era “pequeninozinho” está adulto, e próximo, muito próximo de se tornar uma cratera.

A cada estrondo de roda que cai ali, me remexo, e me remexo muito, na cadeira, na cama, ou em pé, não tem como não reagir a algo tão indignante. Todos sabem que ali não é lugar de buraco, todos sabem o órgão responsável pela eliminação e pela manutenção daquela via.

Mesmo assim, de ninguém é cobrada a responsabilidade. Aquilo que era “zinho” fatalmente se tornará um buracão. E o poeta que reside em mim, ao por ali passar, nem mais lembrará das pedras, e sim, cantará:

No meio do caminho tinha um buraco

Tinha um buraco no meio do caminho

Caí no buraco

Caí no caminho

Era um buraquinho

No meio do caminho

De que adianta reclamar

Se o buraco é no meu caminho

De que adianta reclamar

Nesta luta estou sozinho

Opa, também meu vizinho.

No meu caminho continua um buraco

Continua um buraco no meu caminho

Carlos Benack 386