A mulher sempre exerceu os papéis de santa e bandida. Santa quando ela é mãe e protege sua família, bandida quando tenta apenas ser mulher e esposa e os homens resistem a esse papel até hoje. Os historiadores falam que a mulher antigamente não tinham voz, nem poder e não passavam de objetos de adornos feitos para gerar vidas. Eu discordo completamente. A mulher sempre teve poder e voz, só não podia mostrar que tinha, então agia nos bastidores usando a inteligência e a sedução, as únicas armas que lhes eram permitidas na época,
             Se voltarmos um pouco no passado podemos notar que as mulheres que ousaram mostrar o poder, passaram para a história como bandidas mas hoje são respeitadas e admiradas. Domitila de Castro, Marquesa de Santos, deixou d. Pedro I perdidamente apaixonado e tinha mais poder que a Imperatriz leopoldina; dona Beija mandou e desmandou na região de Araxá e era analfabeta; Chiquinha Gonzaga desafiou todas as regras da sociedade, teve sua música marginalizada e depois seu reconhecimento na música popular brasileira e por aí vai. Outras mulheres também merecem destaque como Coco Chanel, Simone de Beauvoir, Gertrude Stein, enfim, peço aos historiadores que repensem sobre suas teorias sobre a evolução da mulher.
               Cresci vendo as mulheres serem musas de poetas, cantadas em canções, lidas em romances e tendo a capacidade de amar vários homens: Do santo ao bandido. Elas fingem submissão, mas tem todos aos seus pés. Ela é santa quando é mãe e bandida quando ama. Ser mãe talvez seja o seu melhor papel, mas apenas quando é bandida torna-se realizada para exercer seus outros papéis e justamente nesse momento ela é criticada e execrada. Os homens preferem a santa por que ainda tem medo do poder que a bandida tem. A mulher bandida é livre, corajosa, feliz e o mais importante: Não tem medo de ser mulher. Isso os assusta por que eles perdem o controle que todo macho precisa ter, mas eles não sabem o que estão perdendo.
               Feliz do homem que deixa sua mulher ser bandida em casa.

José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 11/03/2013
Reeditado em 11/03/2013
Código do texto: T4183686
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