Chorão e o Papa: Os reis da mídia

É óbvio que isso não é surpresa alguma, mas ainda consigo me impressionar com o poder da mídia (escrita, virtual, televisiva ou seja lá qual for), bem como com a falta de bom senso e senso crítico de muitos. Fazer de uma notícia o mote para ruminar por dias um fato significante ou não para a sociedade é o fim dos tempos.

Realmente, concordo que o Brasil ainda é o maior país católico do mundo (por enquanto) e, normalmente, a juventude idolatra o "pop"; talvez isso justifique tanto alvoroço recententemente. Porém, em meio a crises financeiras em todos continentes, miséria na nossa esquina, corrupção a torto e a direita, criminalidade sem fim, conflitos étnicos, religiosos, desestrutura nas famílias e exploração econômica - que estão transformando o Brasil e o mundo numa "Torre de Babel" - nos últimos dias só se fala na morte do Chorão, e desde ontem na escolha do novo Papa, com ênfase por esse ser latinoamericano e argentino; não sei qual diferença faz.

Nas redes sociais - em tempo recorde - isso virou um fenômeno maior que a Carminha de Avenida Brasil e os seguidores do oi, oi, oi. Inusitado é saber que o Chorão se droga e é vítima das circunstâncias (grande exemplo para a turma do sexo, drogas e "rock and roll"). Já o Papa Francisco I (com ou sem algarismo romano) é comparado a Messi e Maradona, sendo indicado como salvador da Argentina na próxima copa do mundo; e o fato dele gostar de futebol é relevantíssimo para o Vaticano. A que ponto chegamos?

Desculpem-me os fãs do pop-rock e os católicos de plantão (não tenho nada contra ambos), inclusive gosto do Charlie Brown e sou cristão (com muito orgulho); contudo - para mim - é impossível observar inerte tanta baboseira, desperdício de tempo e comparações irrelevantes sem me manifestar a respeito. Por oportuno, a título de esclarecimento aos poucos amigos que lerão este texto comprido e enfadonho, registro que não tenho uma postura radical ou progressista sobre nada nessa vida; afinal, ela é tão efêmera quanto um piscar de olhos de um macaco. Ademais, com certeza a voz da verdade e sabedoria não será ecoada dos meus lábios.

Todavia, que os patrocinadores das redes sociais, os sites de notícias e fofocas, bem como os donos de canais de tv ganham rios de dinheiro enquanto o povo lhe dá trela, ninguém pode negar. Ainda bem que a liberdade de expressão me permite falar e escrever o que quero, e todo mundo respeitará meus pensamentos, concordando ou não. Estou mentindo?

Robson Alves Costa
Enviado por Robson Alves Costa em 14/03/2013
Reeditado em 14/03/2013
Código do texto: T4188459
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