Tugui Sugui

Histórias de pai e filho

Por Gilrikardo

Percebo que, em determinados momentos, eu é quem sou o aprendiz na história.

Como na ocasião em que meu filho de cinco anos pediu para desenhar com pincel atômico. Dei-lhe diversas folhas e um local apropriado para desenvolver sua “arte”. Ficou fazendo figuras que mostrava e interpretava para mim: avião, barco, céu, entre outras. Após alguns minutos de explicação foi-se embora, sem nada dizer. Logo em seguida precisei do material e cadê? Revirei a oficina de cima a baixo e nada.

Chamei o desenhista para tentar descobrir o que havia feito. Ao chegar apontou-me os locais onde porventura laragara. Procuramos aqui, ali, acolá e nada. Falei da importância daquele objeto para minha atividade e que estava perdendo a paciência. Enquanto isso mostrava-se interessado em ajudar. Vasculhava embaixo dos móveis e da bancada, sem no entanto obter sucesso. Então perdi a estribeira e soltei o verbo:

--Filho!, assim não dá, na próxima vez que você pedir o papai não vai emprestar. Você extravia.

Outra vez, aquele garotinho com a cabeça na altura de minha barriga, habilmente soluciona o impasse.

--Ahhhh...papai! eu estava aprendendo mágica e quando falei "tugui-sugui" o pincel sumiu. Tenho que aprender uma mágica para ele aparecer.

--Barbaridade! E agora guri...

Passados alguns dias, o pincel foi localizado embaixo de um armário, entretanto ficou a marca do meu “tugui-sugui”.