Nosso heroi do futuro

“E agora, quem poderá nos defender?” Se nosso país fosse um seriado cômico, tal qual o mexicano Chapolin Colorado, indubitavelmente, teríamos uma resposta direta para essa pergunta; poderíamos recorrer ao heroi atrapalhado e sonhar que - com sua astúcia - ele nos ajudasse a solucionar as mazelas do Brasil. É uma pena que isso seja utopia.

Nesta República Federativa, a democracia, a igualdade, a liberdade, a segurança e a famosa dignidade da pessoa humana são termos destacados na “Lei Maior”; contudo, de forma implacável, a Constituição é rasgada diariamente, e o progresso (em sentido amplo) não ultrapassou a mente dos legisladores constituintes. De fato, o Brasil perfeito ganharia o pseudônimo de Terra do Nunca, e seu heroi governante seria o Capitão Gancho, que provavelmente teria usurpado o poder de direito do Peter Pan; e isso não seria novidade alguma.

É bom lembrar que, em determinado momento da História, a ingenuidade do brasileiro o fez acreditar que um Super-Homem seria eleito e conseguiria reverter mais de 500 anos de exploração e "jeitinho brasileiro" em 4 anos de mandato; doce ilusão. Esse homem que chegaria voando de outro planeta para se apossar do Palácio do Planalto, acabando com a fome, a miséria, a corrupção, bem como resolvendo os problemas dos sistemas de saúde e educacional do país habita apenas no campo da ficção científica. Infelizmente, o herói escolhido não conseguiu montar de forma eficiente sua “Liga da Justiça”; também não tinha em mãos “criptonita” para lhe dar poderes sobre-humanos.

Nestes tempos, onde a igualdade de gênero é defendida - e o feminismo está em alta - apelaram até para a Mulher-Maravilha, mas seu carisma e personalidade forte ainda não surtiram o efeito esperado. Muitos vilões precisam ser desmascarados e exterminados, assim como novas alianças, com outros herois de menor gabarito, montadas para impulsionar o desenvolvimento do “país do futuro”. Dizem até que o Congresso Nacional precisa de novos heróis - de preferência que não usem máscaras para enganar os eleitores a cada quatro anos - que trabalhem e não se envolvam com suas assistentes.

Saindo da política e entrando no campo do entretenimento, embora aí exista uma relação indireta, percebemos que os vilões da alienação estão se reproduzindo mais rápido que periquito em gaiola. A programação da televisão, os sucessos musicais do momento e a internet comprovam esta tese. Precisamos com urgência convocar o Homem-Aranha para cobrir as redes de TV, rádio e computadores com sua teia do bom senso, e torcer para que ele descarte o inútil, principalmente para a juventude, presa mais fácil desses predadores do senso crítico.

Se isso não der jeito - como o Brasil não costuma produzir herois – a solução é recorrer aos orientais. Esses se comprometem menos, não se exibem tanto e possuem uma relativa imparcialidade; seus nomes soam até mais amigáveis: Jaspion e Jiraya têm uma boa relação com o Brasil. Quem sabe o coreano Psy possa fornecer a trilha sonora das batalhas?

No futuro, talvez, nosso heroi salvador possa ser um bilionário famoso. Alguns cogitam que o Eike Batista já esteja pensando nisso; seria muito bom para sua imagem. Torcemos que futuramente, como Bruce Wayne e seu alter ego Batman, um abastado use máscara, capa escura, armadura e construa uma parafernália tecnológica para combater o crime, a corrupção e o Fundo Monetário Internacional.

Sugiro apenas que esse mártir justiceiro siga o exemplo de Robin Hood para tirar dinheiro e poder da corja de exploradores, dos zombadores do povo - daqueles que verdadeiramente atrapalham o progresso da nação - e divida com os demais membros desta sociedade dita livre, justa e solidária. Este heroi “brazuca” poderia usar uma bola de cristal e responder pelo codinome “O Milagreiro”. Nada mais apropriado ante a realidade brasileira atual.

Robson Alves Costa
Enviado por Robson Alves Costa em 18/03/2013
Reeditado em 26/02/2014
Código do texto: T4195038
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