A Rotina de Uma Grande Metrópole

" As vezes eu me pergunto: Por que corremos tanto se o nosso futuro é a morte?"

É manhã de segunda-feira e a chuva cai sem cessar. Levanto-me cedo, tomo meu café e saio para o trabalho. É duro chegar até o ponto de ônibus, as ruas estão alagadas e inúmeras pessoas caminhando do meu lado com os mesmos propósitos. E assim nos vamos patinando sobre as águas como se fossemos seres aquáticos.

Finalmente o ônibus para, aos poucos consigo adentrar... se fora estava ruim, lá dentro se torna pior. Pessoas falando alto ao celular; outras ouvindo músicas em volumes máximos: Funk, black, rapper, pagode, samba... realmente uma infinidade de ecléticos.

A chuva permanece, vidros embassados, janelas fechadas, todos respirando o mesmo ar como se estivéssemos em uma espaçonave. Há um senhor de meia idade sentado do meu lado. Eu não consigo entender, como ele dormia com tanto barulho e empurra-empurra.

De repente o senhor acorda. Dá uma bocejada, olha em meus olhos e pergunta:

---Que horas são?

Eu lhe respondo com gentileza e sorriso radiante no rosto:

---São oito e meia.

O senhor diz:

---Obrigado. E assim seguimos a viagem.

Eu observo tudo e fico a imaginar... como é possível um ser humano com tanto equilíbrio! Pois, diante do trânsito caótico, atraso com compromissos profissionais e uma diversidade de fatores que poderiam deixá-lo nervoso. Assim como vários outros que estavam totalmente desequilibrados e fora de controle diante daquela situação. Palavrões saiam descontroladamente, carros atravessavam os faróis abertos para pedestres, várias buzinas eram acionadas, como se fossem resolver aquele enorme congestionamento.

Entre uma buzina e outra, lá se vão os motoboys.( Os chamados cachorros loucos) em alta velocidade como se estivessem em uma competição acirrada. A pista escorregadia e eles não temem o que poderá lhes acontecer, transitando entre um carro e outro, o telefone toca: É a chamada da empresa, mais uma ordem para um novo trajeto a ser feito em poucos minutos, é o documento atrasado e enfim.

Finalmente o ônibus chega em meu trabalho, dou sinal, desço e saio caminhando triste, cabisbaixo e já exausto para iniciar um novo dia de trabalho com dinamismo e idoneidade.

É assim, a vida de milhões de pessoas na grande cidade de São Paulo. Cidade atraente, inspiradora, sinônimo de pressa... cidade acolhedora, onde não há uma estação do ano definida. Chove, faz calor, faz frio e cai garoa tudo em um só dia.