Natureza em agonia

Um turbilhão de água de sabão e um caudaloso esgoto recheado de água sanitária e detergente furaram os olhos dos rios e secaram seus lábios. Aquele turbilhão de vidas que nele habitava e alegremente vivia, desapareceu.

Daquelas lagoas que todos os anos renovavam suas vidas com um turbilhão de novas vidas, os olhos cegaram, os lábios secaram. O rio moribundo chora seu triste fim. Aquelas nascentes de águas vivas e correntes desesperadas que a todos os rios tentam salvar, foram todas desnudadas. O sol bondoso tornou-se impiedoso e aquela fonte viva conheceu o seu fim.

Uma multidão de famílias ribeirinhas aos prantos bradava: “Sem água e peixes todos vamos morrer”. Os jornais anunciavam uma nova marca de detergente. As plantas, envenenadas com suas flores, mataram os insetos que delas dependiam. Os seus frutos envenenaram os homens e até uma saudável e frondosa árvore, que na margem do rio há anos vivia, teve as raízes envenenadas e veio o seu fim. O petróleo atingiu as costas de um saudável sapo que ali vivia e uma desconhecida alergia o fez pular e pra comer o sapo a cobra nem precisou rastejar. Uma estranha alergia fez a cobra rolar e um gavião estanhou a moleza e o lanche fatal o fez viajar.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 21/03/2007
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