meu umbigo e a cintura do mundo

Quando se trata de problemas alheios, parece-me que minha habilidade em fazer algo útil é sempre melhor. Quando diz respeito a mim, tenho a impressão que é sempre mais fácil fugir. E mesmo que eu não o faça, as atitudes clichês, como ser otimista, torna-se uma coisa levemente complicada. Mas pra certas coisas eu sou insistente, e tenho tentado manter sempre a fé. Fé em qualquer coisa que seja boa, inclusive soluções.

Mas o que eu muitas vezes não consigo separar, é quando os problemas do mundo são meus e quando não são. E nesse caso não há clichê que me faça achar um jeito. Ou se fala em diminuir currículos escolares eliminando disciplinas como geografia e história, ou receitas de Miojo servem para ótimas notas em redação. Educação pra que? Entre guerras, preconceitos e tanta gente perdendo a paz, o que não falta é notícia ruim pra se dar. De cá apenas consigo compartilhar palpitações. E como palpitam corações.

Falando em corações, há quem diga que os bons são a maioria, mas ainda que batendo firme com isso de ser otimista, fico pensando nas coisas do meu ‘infinito particular’ e elas me soam distantes. Há tantos desencontros perdidos em meio as obrigações que fica difícil pensar que amor, vida social e trabalho se encaixe numa mesma vida. A verdade é que quando me deito a noite pra (não) dormir, eu nunca sei o que me cansa ou o que me alivia, mas uma certeza eu tenho: embora abraço seja algo genuinamente bom, alguns tem o dom de fazer com que qualquer outro pareça sem graça.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 28/03/2013
Reeditado em 28/03/2013
Código do texto: T4211265
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