A diferença entre protestos e vandalismo

Sempre que um fato gera revolta e indignação eu me pergunto onde estão aqueles que sempre sonharam em sair para as ruas e lutar pelos seus direitos perante o estado? Eles estão por ai, estão ainda travando as suas lutas, mas estão submersos por aqueles que usam a liberdade de expressão para denegrir a imagem do indignado.

Todos os protestos são bem vindos para a discussão de um estado mais adequando para o povo, no entanto existe uma coisa chamada respeito que deve ser preservada em qualquer situação, em qualquer sistema e em qualquer indignação.

No caso do aumento das passagens em Porto Alegre, concordo com aqueles que estão usando da prerrogativa do protesto para abrir uma discussão que permita que estes valores não sejam tão absurdos, afinal é de inteiro interesse da população que estes valores sejam viáveis e que o trabalhador que usa o transporte público não seja afugentado ainda mais do que já o é.

Todas as formas de indignação conscientes fazem bem para a democracia e a liberdade de um modo geral nunca é excedente em um sistema democrático, no entanto quando essa liberdade e indignação são usadas para destruir, quebrar e não para discutir, passamos de um protesto para um ato de vandalismo e da busca de soluções pela força.

A troca do dialogo pela força acaba por transformar a diplomacia em guerra e na guerra não há vencedores, pelo menos não no sistema democrático.

O caso do deputado pastor Marcos Feliciano virou uma guerra tão forte, que deixou de ser uma briga entre o deputado e as organizações homossexuais para tornar-se uma guerra entre homossexualidade e cristianismo.

A discussão não precisa entrar por este caminho. Hoje ao invés dos protestos serem direcionados ao deputado que estes julgam ser incapaz de compreender as condições das minorias, ele esta sendo direcionado diretamente contra a fé dos cristãos e ai acabamos por abrir uma brecha para uma guerra que pode não acabar com esse episódio.

O mundo vive uma fase de falta de identidade e as pessoas estão esquecendo que o mais importante em uma democracia é respeitar o direito do outro. Não podemos nos perder em nossas indignações e esquecer que o direito de um só vai até onde começa o direito do outro, caso contrario estaremos apenas tomando o lugar daqueles nos indignam.

Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 28/03/2013
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