Apos a tempestade, nos visita o amor

Após a tempestade, nos visita o amor...

Tenho assistido a alguns filmes interessantes, de liberdade, onde as lutas e batalhas se justificam quando o objetivo seja a liberdade, o alvedrio, o amor, ou mesmo a proteção aos mais fracos. Mas, estamos em plena semana santa, mergulhados nos abrolhos da esperança, da salvação e, que se cumpram finalmente as promessas da divindade já que as nossas falharam, mentiram e levaram ao engodo almas sem conta, que já se foram levando consigo o lenitivo de toda uma vida, e algo que nunca se realizou...

Nessa época do ano, as marés são grandes e na vazante as fortes correntes levam tudo com tanta força que em nós muitas das vezes esvai o último alento, aquela réstia de lembrança de como foi melhor um dia repleto do glamour da possibilidade do amor terreno, mas, que após tornarem-se frutos maduros, evitaram a colheita, não alimentaram com a doçura e sabor, mas deixaram cair às sementes e, elas fecundaram em novas arvore e, pelos frutos do amor nós vamos aguardar...

Fomos às compras felizes e voltamos de mãos vazias. Tudo o que era nosso foi vendido e nada restou além da esperança, do amor incondicional que trazemos em nós e, nesse caminhar, encontramos uma videira fértil onde colhemos uvas para o nosso vinho e, mais abaixo, centenas de peixes acomodados em cestas diversas. Ajoelhamos-nos e agradecemos por uma páscoa diferente daquela que programamos, eis que se fez o propósito do Senhor Jesus. Entoamos cânticos de agradecimentos e louvores e, finalmente levamos tudo aos necessitados e nos saciamos de amor...

Era sábado, o sol se escondeu dando lugar a um dilúvio, chuvas copiosas, ventos fortes e tempestades varriam tudo, toda aquela confusão durou por toda a noite vinda a cessar no domingo, já próximo ao meio dia. Sai e casa ainda serenando e caminhei sem destino, eu seguia rumos ao lugar onde nasci e onde dei os primeiros passos seguro pela mão de minha mãe. Tive uma comoção profunda, as lagrimas rolaram as minhas faces, o nó na garganta, mas o gosto era de chocolate, assim, olhei para cima, um céu cinzento, ameaçador e que anunciava tempestades, mas dele caiam nesse instante, pétalas de rosas, azuis, vermelhas, amarelas, brancas, violetas, afins e, nas ruas seculares, as vielas tortas e as travessas vazias ganharam uma luz tão brilhante quanto o sol e derramou sobe nós um perfume inesquecível, o seu, pois ao olhar para o lado vi que de mãos dadas caminhavas o tempo todo comigo...

Airton Gondim Feitosa