Deus escolhe e capacita

Nossas alegrias vêm por etapas e isto é benéfico; faz parte do plano que foi estabelecido pelo próprio fundador da vida, e tudo o que é antagônico a esta verdade também é assim. Nosso existir é um mistério que a mente humana ainda não pôde desvendar... pertence a Deus.
As coisas de Deus, essa teologia universal sempre me atraiu e usei para minhas reflexões quase diárias.
Uma das alegrias que me marcou, espiritualmente, foi o dia em que recebi o convite do então nosso pároco, Pe. Erasmo Dall’Asta para ser ministra Extraordinária da Comunhão, da Palavra e das Exéquias. Num primeiro momento, pensei que não daria conta das atribuições que são exigidas nestas funções. Após ter recebido o convite, fui para minha casa e refleti por várias horas sobre o novo encargo. Procurei me orientar na palavra de Deus e, ao abrir a Enciclopédia Sagrada, deparei, coincidentemente, a passagem (não fostes vós que me escolhestes, mas foi eu quem vos escolhi) logo me veio à mente o que ouvi de certo pregador que afirmou: “– Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os seus escolhidos.” Nos Exéquias, encontrei espaço para evangelizar dentro da visão que tenho sobre à vida humana desde o seu nascimento até a sua morte. Sabendo que ainda há muita dúvida em relação a vida após a morte, tomei como tema principal fatos sobre isso, com o objetivo de dar conforto e esperança aos que sofrem a dor da separação e aos que temem, consideravelmente, esse momento inexorável pelo qual todos nós temos que passar. Cristo disse aos seus discípulos: ”Eu sou o caminho, a verdade e a vida...” e ainda, “Ninguém chega ao Pai senão por mim”.
Baseados nessas afirmações, encontramos um vasto campo de provas que nos convence, plenamente, da existência dessa outra dimensão de vida que nos aguarda. Numa das contas de S. Paulo aos Filipenses, ele nos transmite a promessa de Deus, que diz: “Eu vos darei um corpo de glória” (Jô 14, 1-31) e, na transfiguração, no Monte Tabor, Ele aparece num corpo de glória que não foi possível descrever, exatamente, como foi, mas disseram que suas vestes resplandeciam de brancura e seu rosto brilhou como o sol...
E aparece conversando com Elias e Moisés que já haviam passado pela morte a muito tempo antes desse fato. Então está ai mais uma das provas mais evidentes de que estes que passam pela morte, mas continuam vivos. Em outra passagem (Jô 14, 1-11), Jesus ao se despedir dos seus amigos e seguidores diz: “Não fiqueis triste, pois, na casa de meu pai, eu vou. Para o Pai e vou para preparar para vós uma morada. Quando eu estiver ido, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver, estejais também vós (Jô 14, 1-17). Se Jesus é o caminho, é com Ele que devemos andar, se Ele é a verdade, tudo o que disse e prometes será, com certeza, cumprido. Se é Ele a vida, nós que o seguimos jamais poderemos morrer definitivamente. São muitas as palavras de Cristo que revelam tais verdades e a que nos enche de esperanças é aquela promessa que Ele faz: “Todo aquele que vive e crê em mim mesmo que morra, viverá...”
Então, seguindo Jesus, crendo em suas palavras e colocando em prática, vivendo com Ele e por Ele, não há motivo para temermos a morte do corpo. Embora a dor da separação, ainda que por um tempo não possa ser descartada, pois o sofrimento faz parte da nossa condição humana e ele tem o seu valor como meio de crescimento e santificação. Cristo, na condição humana também sofreu, mesmo sendo santo, mas para provar ao mundo o amor incondicional do Pai para com a humanidade.
Creio que estes argumentos são benéficos para todos nós e, especiais, para um momento de emoção, tristeza e dor como é a celebração das Exéquias.
 
Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 01/04/2013
Reeditado em 16/04/2013
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