MALHAÇÃO E DIETA PARA FICAR BONITO
 

Certo dia, acordei às 6:00 h da manhã para a labuta diária, levantei da cama vagarosamente, dei uma espreguiçada ainda sonolenta, acendi a lâmpada do quarto e, involuntariamente, caminhei em direção ao espelho da porta do guarda-roupas. Isso foi meu infortúnio; pois tive um grande susto: constatei que meu reflexo no espelho não condizia com a aparência jovial de outrora.

Minha circunferência abdominal denunciava que, provavelmente, nos últimos 10 anos ganhei uns 15 kg; existia uma grande concentração de lipídios, e isso era fato. Por segundos, pensei que ainda estivesse dormindo, mas antes do banho matinal que me despertaria por completo, aceitei a triste realidade. Logo após, meu primeiro pensamento foi justamente: malhação e dieta para ficar bonito; era a única alternativa para reverter esse quadro.

Com isso pude unir o útil ao agradável para vivenciar o dito popular: “mente sã e corpo são”. Muitos consideram a malhação um suplício, mas para mim é bastante prazeroso. Atribuo esse gosto pelo fato da prática esportiva melhorar o condicionamento físico, dar disposição para a luta diária e, principalmente, relaxar a mente; afinal, nosso organismo produz uma quantidade maior de serotonina, hormônio responsável pelo prazer.

Abstraindo o tempo perdido com a academia lotada, quando alguns minutos de esteira, supino, exercícios com alteres, “legpress” e pulôver são triplicados - até porque os marombados de canelas finas monopolizam os aparelhos - reafirmo que malhar faz bem ao corpo e à mente. O lado ruim é que normalmente encontramos alguns “monstros da maromba” nesses ambientes, o que pode agredir a visão de alguns; muito embora exista gosto para tudo nessa vida, e só nos resta respeitá-los.

A vaidade agradece e o organismo se felicita com a prática esportiva. A baixa do colesterol LDL (ruim) e glicose, a diminuição de gorduras concentradas, o fortalecimento dos músculos e ossos, melhoras na circulação sanguínea, respiração e desempenho sexual são apenas alguns efeitos dos exercícios físicos. E para quem não é adepto da monotonia do levantar pesos, nadar, caminhar, correr, lutar, jogar futebol, entre outras atividades fazem tão bem quanto a malhação, com a diferença que exercícios aeróbicos apenas não aumentam de forma considerável o volume muscular.

Normalmente, quando volto à academia, após um hiato praticando o sedentarismo, os professores, bem como nutricionistas são enfáticos em dizer que não há melhoras físicas se não houver mudança nos hábitos alimentares. É inevitável, o sofrimento das dietas tem que existir.

Essa receita, para eles, é muito simples: diminuir a ingestão de açúcar e gordura, dar preferência a carnes brancas, aumentar a quantidade de frutas e verduras nas refeições, extinguir o refrigerante da dieta, comer mais fibras (pães integrais, barras de cereais, linhaça, granola), vitaminas, suplementos e por aí vai. O martírio é seguir a risca a dieta, pois haja tempo e dinheiro para tanto; ademais, a sociedade do “fast food” incentiva o inverso.

Ao menos a indústria dos alimentos “saudáveis” e artigos esportivos agradecem seu público fiel, bem como os donos de academias, professores esportistas e nutricionistas têm seu ganha-pão garantido. Eu, sinceramente, estou pensando em deixar a advocacia para montar um espaço de “shakes” da Herbalife, pois creio que vão dominar o mundo.

Por enquanto, levo minha vida sossegada trabalhando, estudando, malhando e fazendo dieta, já perdi 2 kg e sinto melhoras na qualidade de vida; sucumbi ao sistema. Mágica sei que não posso fazer - lindo só fico se nascer de novo - mas como beleza é um conceito relativo, olho para o espelho e gosto do que vejo, acho que a autoestima me acompanha; ademais, tenho saúde para dar e vender, graças a Deus.

 

(Imagem: Internet)
Robson Alves Costa
Enviado por Robson Alves Costa em 02/04/2013
Reeditado em 12/05/2013
Código do texto: T4219716
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