Alegria permitida

Basta, aquelas tardes que se foram não voltam mais!

E fui andar pelos lugares de encontrar saudades!

Fui olhar nos olhos dos idosos velhas lembranças,

Rebuscar paisagens que ficam guardadas ou se

Incorporaram na luminosidade do espirito,

Na prenhez da imaginação.

Notei que as falsas impressões,

São carregadas de impressões,

E em tudo existe um bom motivo para recordar!

Aquela dona Maria, falava de outra Maria

Com os olhos aguados,

Com as mãos trêmulas, como alguem que esqueceu de abraçar,

Era como se aqueles braços se tivessem tornado disponíveis,

Para o abraço que se perdeu no ar.

Os olhares de domingo se perderam dos parques,

E os ouvidos ensurdeceram para os bandolins,

Só havia a reminiscencia a perpetuar a vida!

E como sempre acontecia já não valia a pena,

Os bordados, os vestidos de seda, o perfume raro,

Já se perdera o tempo do lirismo, e as violetas

Não floreciam como outrora.

Haviam se apagado das fanfarras os clarins,

E descompassadas eram as danças nos salões!

Os jovens homens velhos não se respeitavam para o beijo,

E as moças descoloridas não mais se incomodavam,

Com a indiferença dos mortais.

Mas havia sim, aquilo que passou!

Aquela alma ainda esta grudada à minha,

E as minhas mãos acariciam aquelas mãos,

Ainda o meu perfume vai se misturando ao seu!

Já não tocam os realejos, que me importa?

Guardei os meus!

E foi agradecer pela alegria permitida.