Realeza de brinquedo: obrigado, Napoleão

Aquela multidão de súditos aglomerados ali no cais do porto, alguns aplaudiam o nobre gesto, outros ovacionavam a realeza e a corte. As comadres das “Ave-Marias” aos altos brados diziam “Meu Jesus amado! Quando o agressor, Napoleão, chegar vai nos fazer todas em picadinhos”.

Mas o que elas não sabiam é que do outro lado do mar, uma nova nação estava a desabrochar e a gente necessitava de um pequeno empurrão para levantar o vôo da emancipação. Uns portugas mais atirados gritavam “Vai, caralho! Mas não leve as minhas terras”! Os mais desesperados bradavam “Este miserável rei, que um raio o parta”. E a estupidez portuguesa atravessou o mar e a sua fé ainda muito pouco lapidada veio nos salvar.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 23/03/2007
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