"COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA"

Terça-Feira, 09 Abril de 2013

"COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA"

Na edição do jornal Destak de 8 de abril, deparei-me com uma reportagem sobre as obras de modernização do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, onde o valor estabelecido para as mesmas está orçado em R1.000.000,00 (hum bilhão de reais).

Na mesma página do jornal, numa outra reportagem, fala sobre os problemas estruturais do estádio do Engenhão, informando que o mesmo foi construído há sete anos atrás pelo valor de R$380.000.000,00 (trezentos e oitenta milhões de reais).

Não se precisa ser engenheiro, arquiteto ou economista, para se chegar à conclusão de que algo está em desacordo com esses valores, haja vista que é humanamente impossível que para reparar-se uma obra como a do Maracanã, gaste-se o valor que está aí declarado, quando um estádio um pouco menor tenha sido construído por muito menos da metade do preço da outra obra.

Acrescente-se, aí, que a cidade do Rio de Janeiro está necessitando melhorar muito as condições das escolas e hospitais da cidade, onde vemos diariamente a imprensa mostrar os absurdos que a população enfrenta com relação à essas duas propriedades, digamos, onde chega a morrer gente nas portas dos hospitais, não conseguindo o atendimento médico que lá vai buscar em caso de emergência e, até mesmo em ambulatórios. Das escolas nós bem sabemos como andam as condições delas.

Infelizmente, não aparece ninguém para contestar tais valores. Penso que o CREA deveria se manifestar a respeito, pelo menos para que a população tivesse certeza de que os valores ali empregados, correspondem, na íntegra, a cálculos equilibrados para a execução desses projetos.

E é óbvio que muitos absurdos são cometidos em quase todos os valores destinados aos empreendimentos públicos nesse país. No entanto, se existem mesmo maracutaias neles, nunca o saberemos. E, aí, muito dinheiro pode ser desviado desses orçamentos para locupletar uma boa parte dos envolvidos nos mesmos, enriquecendo-os e causando mortes e infelicidades ao povo mais necessitado, que é o que acontece há muito tempo em nosso país.

Acrescente-se, ainda, que existem órgãos que podem efetuar os cálculos exatos, bem como a conferência necessária nos valores envolvido nessas e nas outras obras públicas brasileiras. Mas não sei se isto é feito e como o é. Até gostaria de saber. Se alguém o souber, ficaria imensamente grato se me informasse.

Enquanto isso, vou ficando por aqui, com a pulga atrás da orelha, se me permitem.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 10/04/2013
Código do texto: T4233095
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