MÃE

Quem disse que o tempo não para?

Pois para mim parou.

O sol nasce todos os dias,a lua chega sorrateira,e a noite com todas as suas estrelas enfeitam o céu.

E num repente,o amanhecer novamente.

Mas o tempo está parado.

No dia da quebra do cristal,26/12/2012.

Onde os meus sonhos se apagaram.

E as pequenas alegrias se esconderam.

Ombros presentes não existem,onde estão?

Apenas dói,dor solitária e única.

Mas eu entendo,não tem com eu repartir,mesmo que eu queira.

É coisa íntima de cada pessoa.

Mãe,ficou eu,a solidão,e as minhas lágrimas.

Não tenho mais castelos,a agua veio suavemente e os derrubou.

Então meu tempo congelou.

Mãe,quando partiu,eu fui junto.

Mas não foi Deus quem te chamou.

Foi uma mão amaldiçoada,nascida num dia de trevas,filha de Lucifer.

A senhora foi escolhida para passar a prova,o golpe final numa vida de lutas memoraveis.

Mas eu não aceito e conformo com essa prova,essa taça de fel,não consigo beber.

Pensei que sua morte seria em seu leito,dormindo,depois de tantas lutas na vida.

Mas foi sob tortura brutal sua partida,então como posso perdoar?

Sem ver primeiro os seus algozes pagarem.

O tempo para mim está congelado,até o dia da JUSTIÇA ser cumprida.