O PEQUENO PRÍNCIPE

Quando era estudante do Curso de Letras indicaram-me o livro “O Pequeno Príncipe”, escrito por Antoine de Sanint-Exupéry e eu o li. Mas já se vão mais de quinze anos que diplomei e não lembrava de muitas coisas que li. Resolvi lê-lo outra vez.

As várias interpretações que o livro nos dá torna-o maravilhoso! Uma criança ao lê-lo com toda certeza se identificará, mas dentro do mundo dela. Um adolescente também se identificará, mas dentro do ‘mundinho’ dele. Os adultos também, mas com parênteses: deveríamos lê-lo, sem exagerar, a cada dois anos.

Cada nova leitura, novas descobertas. Com o senso um pouco mais aguçado, os leitores adultos encontrarão novas perspectivas de mundo. Nova visão. Eu, por exemplo, descobri nesta última leitura que posso fazer o outro mais feliz – depende único e exclusivamente de mim. Será?

Interessante, não?

Ao mesmo passo que é interessante esta colocação, também é contraditória. Como posso fazer o outro feliz se o outro não quer? Como posso fazer que isso aconteça se o outro não quer participar?

Andei pensando muito sobre isso. Se quero ter uma vida feliz, alegre, divertida, não depende exclusivamente da minha pessoa; depende, também, de quem está ao meu lado. Pois posso querer muito estar de bem com a vida, mas se quem está ao meu lado se fechar dentro do mundinho dele? Como vou conseguir ser feliz? Como vou ultrapassar as barreiras erguidas?

Descobri, também, que um ser completa o outro. Mas nem sempre isso é possível (ou estou eu vivendo um momento de crise?), pois não achei a minha outra metade que me complete. Viver é o que sempre quero – e intensamente! Mas para que isso aconteça não depende exclusivamente da minha pessoa, depende de outros fatores que não estão ao meu alcance.

Por isso recomendei que a leitura fosse feita a cada dois anos – pois daqui a dois anos farei nova leitura e, quem sabe, já terá mudado a minha vida (pelo menos um pouquinho) – e lerei o texto com outro olhar, inclusive o comentário que farei será diferente.

25 de março de 2007.