Mamãe

MAMÃE

A musica suave vindo de uma casa noturna de shows penetrou-me os ouvidos e adentrou-me a alma. Um lugar nunca visto uma paisagem efêmera de sonhos juvenis, sem saber ser passado, presente ou futuro, falei comigo mesmo: você é minha, toda minha. Sob um tapete de estrelas irrequietas, um dilúvio de luar incrível e, de repente, inexplicavelmente, me pus a chorar. Cerrei os olhos para conter as lagrimas, mas a musica continuava. Era uma visão de liberdade inteiramente inatingível, sem limites, o fim do medo, do ódio, da inveja. Era como se levitasse além de todas as mazelas e virtudes que se tornaram cânticos e poesias de nosso mundo.

Era noite cerrada: as luzes coloridas estavam acesas ao longo de toda a praia. Um avião voava baixo, mar afora, a luzinha vermelha sumindo, prenunciando despedida, sim! De todas as formas e maneiras que possa exprimir uma saudade infinita, uma dor que não sara nunca, o vazio, a lacuna e a falta que você me faz...

Existem perdas que sentimos para sempre e quem sabe, até a eternidade, entre elas, você, mamãe. Eu que passei a vida inteira lendo poesia, poemas e declamações de amores cujo tema era MÃE, ou historias de órfãos pequenos e grandes, novos e velhos como eu, que dava dó. Mas eu não sabia como é difícil viver sem a tua presença, teu consolo e as tuas palavras que tinham a força do saber e a pronuncia da prudência ante o inusitado dia a dia ...

Cinco longos anos se passaram de quando repousastes o teu velho corpo cansado e libertastes o espírito. Mas, as tuas inimagináveis lembranças povoam as nossas mentes e acalentam os nossos corações, deixando-nos comovidos sempre que se aproxima o dia das mães. Uma data de festas, comemorações inesquecíveis, mas que nesse segundo domingo do mês de maio, restará em nós, teus filhos, somente a saudade, a lembrança de nossos dias juntos e, em um tumulo no cemitério, uma coroa de flores com a inscrição: Feliz dia das mães, MAMÃE.