“O divorciado sem memória”

Carlos caminhava na rua cabisbaixo, ele estava a pensar na vida medíocre que agora desfruta solitário.

Desde que sua mulher o deixou por motivos imperdoáveis, segundo ela.

Do outro lado da rua, Miguel, um amigo de Carlos desde sua infância.

Miguel observa Carlos caminhando desmotivado.

E decide se aproximar. – ola Carlos, tudo bem com você? Carlos fita o homem e se põe a pensar; ai caramba, quem é este chato? Mas decide responder, mesmo sem se lembrar do homem que lhe chama a atenção. – oi responde Carlos.

O homem dispara a falar. Carlos – meu amigo, quem é você? Miguel – você me chama de amigo e não se lembra de mim? Eu sou o Miguel.

Há; confirma meio duvidoso.

Miguel – fiquei sabendo que a tua mulher o deixou? Você esta bem? Estou! Responde Carlos.

Minha mulher me meteu um par de chifres, me denunciou por não pagar a pensão alimentar dos meus filhos, ela mandou os irmãos dela me dar uma surra, me tomou a casa, me caluniou para os visinhos, mas tudo bem.

Minha nossa...

Que tragédia exclama Miguel.

Derrepente Carlos se lembra do cara que fala com ele; meu agora eu me lembrei de você.

Você é o Miguel, aquele filho da puta que comeu minha mulher quando eu viajei a trabalho.

Bem que ela me disse que deu para um amigo meu.

Só não pensei que seria a um amigo que eu não veja há tanto tempo.

Miguel sai em disparada, quase é atropelado por um carro.

Carlos fica de longe olhando o (Ricardão) correndo.

Faz um gesto com a mão, como se quisera pedir ao homem para esperá-lo.

Mas inútil.

Miguel corre muito, ele tem medo de apanhar de Carlos.

Bom agora eu me lembro das coisas com clareza.

Eu sou inocente das acusações.

Só não entendo por que Miguel corre tanto.

Eu só queria agradecer ele por me ajudar a se livrar de um casamento equivocado. Carlos percebeu que ao descobrir quem era o homem causador da sua separação lhe restaurara a memória.

Agora ele ate entendeu o motivo do cara correr tanto.

Provavelmente temeu tomar uma piaba, mas eu só queria lhe agradecer por me curar a falta de memória.

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 01/05/2013
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