O que sonhamos ser um dia.

Futuro incerto, escuro, nebuloso, as portas se abriram e como se fosse mais um gado no rebanho fui tocado para onde o futuro me levava. Futuro, ó Futuro que nunca chega, que a face nunca revela e no horizonte nunca vem vislumbrar as perspectivas.

Certos momentos desespero acometem coração, certezas inunda a mente, quisera ser ignorante para não realizar certas imagens montadas na conjuntura cerebral vigente. Talvez por ter a consciência da inconsciência da vastidão universal, sejamos julgados com mais severidade do que os demais réus.

Quem na concepção sadia poderia julgar um desgraçado pela sua leviandade útil, as leviandades do ser alheio que constrói a grandeza dos conscientes, talvez tenham mais cautela em condenar estes, por complacência acabamos aceitando que estes humildes de adágio possam se contentar com o muito que lhe são oferecidos, porém nada seria esse muito para os seres pensantes.

Seres que estão sempre na procura eterna do desconhecido, e como podem realizar tal façanha se nunca conseguimos saber se o desconhecido foi desbravado pelo intelecto de algum ser iluminado. Como seguir um caminha que de tão escuro mais parece o fim?

Pensando no final, indago se não invertemos a óptica do mundo, quem sabe o fim seja o começo, quem pode julgar o fim de um sonho como realmente o fim de um sonho, talvez realmente findado esteja este, porem este pode ser o prefácio de uma bela história.

E quanto atrevimento supor que uma bela história sempre terá lépidos finais, quantos amores são jurados aos sete ventos e morrem na miséria do cotidiano. Talvez o fim seja o início do principio e o princípio o início do final. Não estou bem certo, mas a certeza e subjuntiva, para cada ser ela se faz de uma maneira. O certo pode ser errado, tudo depende do prisma utilizado.

Mesmo assim, continuo sendo um gado, no meio do rebanho, guiado pelo futuro do lugar nenhum para o lugar algum, observando os transeuntes e meretrizes do mundo, as crianças e os idosos, tentando achar o meu lugar nesse lugar, tentando ser orgânico aos próximos, útil aos impossibilitados.

Diego Lapetina
Enviado por Diego Lapetina em 26/03/2007
Código do texto: T426985
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