Chuva
Chove lá fora. Chove dentro de mim. Não sei bem o que isso significa, mas está aqui, eu sinto. Muito em breve me afogarei neste dilúvio inesperado. Dilúvio que surge dentro de mim, que me trai, que me confunde e prega uma peça surpresa em mim mesma, me engana perfeitamente bem. E enquanto eu estou no fundo do poço me afogando neste dilúvio inesperado que sou, meus olhos não se fecham, eles simplesmente se mantêm abertos o tempo todo para que eu possa assistir a minha própria desgraça. Afundando, eu estou afundando. E a sensação não é nem um pouco boa, é no mínimo sufocante. Ainda chove lá fora. E ainda chove dentro de mim. Chuva eterna de sorrisos e lágrimas ao mesmo tempo. Chuva de inúmeras sensações momentâneas que nunca vão embora.
Chove
chuva
dentro
de
mim.