Balões de gás

“Nossos” Balões de Gás

Jorge Linhaça

Creio que todos já tiveram um balão de gás, bexiga ou que outro nome tenha por este mundo afora.

São aqueles balões coloridos, inflados com gás hélio e que teimam em ir em direção ao céu, mantendo-se presos a nós por um tênue fio.

Hoje o Líder da Obra Missionária de nossa unidade ( Ala Bonfim) discursou sobre ( imaginem só) a obra missionária...rsrsrs

Falou não apenas sobre o trabalho dos missionários de tempo integral e a necessidade de indicarmos pessoas para serem ensinadas, mas abordou também a falta de retenção de membros e a necessidade de reativação.

Veio-me à mente a imagem dos tais balões de gás. Como assim?

- perguntarão alguns...

Bem, quando alguma pessoa aceita o batismo e torna-se membro da igreja, ela enche-se de vontade de elevar-se espiritualmente, ao mesmo tempo vêm as decepções ou provações.

Um novo membro é como um balão de gás, ligado à igreja pelo fio do seu recente testemunho e a afinidade com os missionários. Bem, todos nós sabemos que os missionários um dia são transferidos e o testemunho dos recém-conversos é geralmente frágil como um barbante fino. Apenas com o tempo é que os testemunhos vão se acumulando e o barbante torna-se uma corda suficientemente forte para suportar os percalços.

Nesse meio tempo é extremamente importantes que nossos novos membros sintam-se acolhidos e fortalecidos por nossa amizade e auxílio. Devemos nos acostumar a envolver o tênue fio que os mantêm ligados ao evangelho, entrelaçando nossos próprios barbantes ou cordas, de modo que ele não acabe por perder-se tal e qual um balão que sobe ao céu até o momento em que o gás instável o destrua.

O mesmo aplica-se e membros recém-chegados a nossas unidades, vindos de outras paragens ou àqueles que estão retornando à igreja.

Infelizmente isso, no mais das vezes, nos passa despercebido, ocupados que estamos em cuidar de nós mesmos ou em manter nosso grupo de amigos mais antigos, esquecendo-nos de ajudar a integração dessas novas pessoas.

É muito mais produtivo edificar um novo membro e torna-lo parte importante de nosso círculo, do que precisar despender esforços muito maiores para resgatá-lo depois que estiver inativo por um longo período.

Isso não implica que não devemos buscar as ovelhas perdidas, apenas significa que é melhor não esperar que ela se perca para perceber que ela existe.

Que possamos aprender a manter os balões de gás próximos a nós, não deixemos que suas linhas ou fios se fragilizem, ao contrário ajudemos a fortalecer o seu testemunho e a sentir o nosso amor para com eles.

Afinal eles “... Já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos...”.

Salvador, 28 de abril de 2013.