Diário de Sonhos - #023: Sonhos lúcidos

Tenho sonhado muito, mas não consigo me lembrar de quase nada. Mesmo quando acordo no meio da noite, só tenho lembranças vagas, volto a dormir e esqueço completamente. Sei que tive um sonho sobre isso ou sobre aquilo, mas não lembro o que aconteceu.

Sonhos sempre foram como filmes pra mim. Sento e assisto passivamente. Mas nos úlitmos dois sonhos eu lembro perfeitamente de ter conseguido interagir, ter tomado decisões e agir conforme minha vontade. Eu sonhei...

Sonhei que estava em casa, louco de vontade por uma garrafa de Jurupinga (vinho branco muito bom, recomendo). Era bem tarde da noite, mas mesmo assim desci no centro de Itaquera. Por algum motivo que não lembro também estava atrás de um banco. Ali perto havia um estabelecimento que era os dois. "Bank and Liquor Store" estava escrito na placa. Lá dentro havia um cartaz "bank services available only from 9 a.m. to 16 p.m" (serviços bancários somente das 9h às 16h). Fui até o balcão e pedi pra moça uma Jurupinga de garrafa. Ela ia abrindo a garrafa mas eu disse que queria levar pra casa. Ela não deixou. Disse que eu tinha que devolver a garrafa. "Mas eu sempre compro isso no mercado perto de casa e nunca precisei devolver nada". Ela respondeu que não. "Posso trazer amanhã então?". "Não!". Já estava indo embora quando vi uma Jurupinga em latinha de 300 ml. Disse que queria uma. "Cinco reais". Paguei. No meu bolso tinha uma nota de vinte, uma de cinco e uma de dois. Engraçado é que depois que acordei fui verificar quanto sobrou do meu passei hoje, e era exatamente essa quantia. Mesmo eu não tendo contado o dinheiro antes de ir dormir, acho que meu subconsciente guardou aquilo...

Paguei a bebida. A mulher pediu pro cozinheiro fritar a Jurupinga. Não entendi isso. Enquanto ele fritava o vinho, a mulher puxou conversa comigo sobre música. Disse que odeia a música de hoje, que só antigamente era bom. Eu refutei. Disse que tudo se transforma. Dei como exemplo Ramones que "é Beatles com distorção. A harmonia, a melodia, pode ver, é igualzinho Beatles. Mas um Beatles mais pesado". Ela fez cara de quem odiou ouvir aquilo. Nisso minha Jurupinga chegou. Saía fumaça da latinha. Tive receio de pegá-la e me queimar. Mas quando a segurei não senti absolutamente nada.

Aí eu acordei...

Cinco de maio de dois mil e treze.

Renan Gonçalves Flores
Enviado por Renan Gonçalves Flores em 05/05/2013
Código do texto: T4276004
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