Receita pra não ter medo de amar

"O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier, livre para sempre estar onde o justo estiver. O medo de amar é medo de ter de a todo momento escolher com acerto e precisão a melhor direção. (...)"

[Beto Guedes e Fernando Brant]

Eu sempre tive muito medo de pressas, mas não nego que vivo com o coração afobado e a fala acelerada. Não nego também que já me deixei prejudicar por essa minha pressa e por algumas fantasias que vinham em consequência. Sim! Fantasias como consequência! Coração acelerado é igual à razão atropelada, e, olha, as emoções também precisam descansar.

Após algumas decepções fiquei com medo de gente, com medo de me expressar e de parecer frágil. Já me magoaram e não foi pouco, daí passei a fantasiar o que as pessoas sentiam e pensavam antes de dar o próximo passo, o próximo abraço, o próximo telefonema e até o próximo sorriso.

É claro que algumas pessoas tem, por hábito, a fantasia! Idealizam a doçura ou julgam uma possível estupidez, tudo isso com o olhar. Fazem a leitura que querem de um sorriso ou de uma fala e carregam seus (pré) julgamentos como bagagens introcáveis. Às vezes nem dão conta de construir o real. E eu acredito que as fantasias venham carregadas de obscuridades, além das incertezas.

O que levamos na vida, da vida, são bagagens. Até os medos enchem bagagens – e pesam, pesam muito! E o que eu quero é que meu sorriso leve embora toda e qualquer mágoa que minhas lágrimas cicatrizaram em meu coração. (Amém!). Tarefa nada fácil, mas em nada impossível!

Então, pra eu conseguir dar conta de dar o próximo beijo tive que renunciar o meu medo. Encarei minhas decepções de frente e pincelei meus sonhos por onde só via rachaduras. Mais vale ter o que sonhar do que passar a vida lamentando pelo que deixou de arriscar. A vida tá aí e o tempo não para pra você decidir quando finalmente ter coragem! E eu tive! Eu arrisquei. Larguei de mão meu medo que era inteiro em não amar (e em não me amar também) e pensei que tudo ficaria bem, que tudo daria certo.

Decidi enxergar alguém que tinha visto. Reencontrar um olhar que eu deixei se perder E AMEI! Sem medos, sem pressas, sem exigências e sem desejos de perfeição. Preferi dar o próximo abraço em alguém que se encaixava em duas ou três características que eu julgava essenciais, ao invés de tentar encontrar o encaixe perfeito e entortar ainda mais o trajeto.

Eu acreditei em mim e borroquei meus medos. Bons pensamentos atraem acontecimentos magníficos. Me deixei distrair por meus sonhos. Fiquei sem maquiagem e sem sentimento borrado. E percebi que, mesmo quando parecer tarde, o que é de verdade chega, se encaixa, permanece. E, olha, traz seu aroma preferido!

“(...) O sol levantou mais cedo e cegou o medo nos olhos de quem foi ver tanta luz.”

[Beto Guedes e Fernando Brant]

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 18/05/2013
Código do texto: T4297320
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