MEIO AMBIENTE

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

Tenho pavor de motosserra. Uma espécie de motosserrafobia. Mesmo sem vê-la, só de ouvi-la em seu funcionamento quando da poda de árvores. Seu ruído estridente, agressivo, inconfundível, me assusta. Me faz estremecer. Frescura, dirão os adeptos do desmatamento desenfreado.

A motosserra é, com efeito, avassaladora. Pior que um raio cortante. Pelo menos se instalam para-raios a fim de dar caminho mais fácil às descargas elétricas atmosféricas. Já a motosserra... Essa descarrega, contra a natureza sem defesa, toda a fúria dos depredadores, cujas mãos ainda apontam, sadicamente, em direção aos galhos para vê-los tombar inertes. O grito das motosserras em movimento mais parece grito de guerra, seguido do cheiro verde da árvore que, já sem viço, agoniza sobre o solo. Mas, por pouco tempo. Aí vem o cheiro de devastação. Árvores tombadas inocentemente e criminosamente esquartejadas. Uma árvore grande, centenária, tomba por terra em questão de minutos.

Contudo, até a motosserra, inventada pelo homem, como em geral toda máquina para fins pacíficos, tem sua utilidade, desde que utilizada com alma. Meio ambiente é uma questão de alma. Alma do mundo, em filosofia, significa o princípio de unidade e de movimento do universo, a que se deve principalmente a continuidade do próprio universo. E isso pela harmonia entre o mundo orgânico e o mundo inorgânico. Sua alma, sua palma. Sua alma em sua palma. Esse dito é mais forte em latim: “Anima mea in manibus meis semper”. Minha alma está sempre em minhas mãos, isto é, as decisões são minhas. O homem decide destruir, disparar contra a natureza sua motosserra, arma mortífera, e depois reclama das consequências. O meio ambiente já está pelo meio. Urge recuperar alguma coisa enquanto é tempo. Que o ideal seria o ambiente inteiro...

Em tempo: no Japão, um cachorro virou celebridade porque recolhia o lixo nas ruas e ainda investia contra as pessoas que ele visse jogando lixo na rua.