Os Sétuplos Gêmeos

Não somos uma família pequena ao contrário. Nos pais são de origem romana. Ele se chama Mensis e ela Sepitimanas. Coincidência ou obra do acaso, minha mãe teve sete filhos de uma barrigada só, sendo que o primeiro e o último são do gênero masculino e as do meio, do gênero feminino sendo que eu sou a primeira dessas.

Num pais hipócrita e discriminatório como o nosso isso não passaria despercebido, alguém teria que “pagar o pato” e no caso, como se diz lá em Teresina, pegaram-me para “bode respiratório”.

Existe certa paparicação com a mais nova de nossas irmãs, já com as outras ninguém liga como dizer: Nem fedem e nem cheiram: os nomes dessas: Martes, Dimecres, Giovadi e Freitag. Com os rapazes, no entanto, são só festas, bajulações, comemorações. Os nomes deles são: Kuriakn e Dissabte. É óbvio que todos esses nomes estão em línguas estrangeiras, como se isso adicionasse alguma coisa na vida da gente.

Dito isto, tudo de ruim sobrou para mim. Segundo se apregoa aos quatro cantos e ventos, eu sou a antipática, a preguiçosa, a mais demorada, a ovelha negra entra as ovelhas brancas. Destaca-me pela inoperância, pela inapetência ao trabalho. A qualquer dia irão dizer que fui eu quem inventou a cruz ou que passei meleca nela...! Como castigo sou abrigada a ouvir desabafos dos outros e até curtir ressacas de alcoólatras. Ouvir impropérios entre cobradores de Ônibus e passageiros.

Todos me olham de esguelha, se tenho qualidades ninguém reconhece, se tenho virtudes ninguém comenta. Se se fizesse um plebiscito para saber quem deveria ser enforcada, daria eu na cabeça, em 1° e 2° lugares. Sou a inimiga número um da humanidade e excepcionalmente dos funcionários públicos. Sou tão incompreendida que não recebo elogios nem do Papa. Afirmo sem medo de errar que, se você me ouviu até agora foi por curiosidade apenas, pois você sem motivos é mais uma pessoa que não gosta de mim e eu também estou pouco me lixando, pois também não gosto de você, portanto, passe bem.

Meu nome : Segunda-feira.