Bananas e desgraças

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM...

Dizem que desgraça é como banana, só dá em cachos, não, minha vida absolutamente não é uma desgraça, mas tem uns dias.

Hoje por exemplo, minutos após acordar já tinha um cidadão dentro do meu quarto aos berros dizendo sobre um filho que não sabe se fez, e se fez não queria ter feito, um filho que não sabe se é dele, e se dele for, quer automaticamente deserdar. Disse mais, que o tal filho que ainda nem sabe se é dele ou não, apesar de ele ter feito tudo que acha que poderia ter feito, virou um clone de bandido tosco, invadindo sua casa e furtando objetos de sua imensa afeição. E disse ainda que o dito cujo era dependente de drogas, etc, etc...

Gritou por pelo menos hora e meia, e eu apenas escutando.

Logo depois, me deu um mandado judicial onde o talzinho impetrou uma ação de investigação de paternidade.

ISSO DUROU A MANHÃ INTEIRA.

Eu nada podia falar, só ouvir, o que pra mim é uma tortura sem igual.

Fui almoçar e logo após o almoço, antes mesmo de fazer a digestão, chega aqui outro problema. Este é bem diferente, pois quem o traz deveria ter pelo menos noção, mas... não tem, pois trata-se da vida da própria pessoa, então, esta está emocionalmente ligada, dizendo até mesmo que seu coração dispara apenas ao ler o assunto sobre o seu problema.

E aí, foi a tarde INTEIRA:

Eu: Faria assim...

Ela: mas eu faria assado.

Eu: então tudo bem faça.

Ela: Porque que você quer que eu faça do meu jeito?

Eu: pois você quer assim.

Ela: assim não sei

Eu: Puts, resolva do jeito que você quiser a gente faz.

Ela: Já não sei mais o que fazer.

Eu: Você tem duas opções, ou do seu jeito ou do meu. Mas faça alguma coisa.

Ela: Você quer me matarrrrrrrrrrrrrr

E FOI MINHA TARDE TODAAAAAAAAAAAAAA!

O telefone toca, é uma cliente que quer vir à minha casa às 19.30h, para me alugar até... Deus sabe quando. Marco para amanhã, “no primeiro horário, por favor, pois tenho que viajar, etc...” ou seja, amanhã tenho que atender às 09.00h., uma pessoa muito, muito chata.

Noite :

Chamo o disk-cerveja.

Depois que já tomei duas, vem a outra – 77 anos, discutir problemas familiares, discutir não apenas falar sobre.

Não posso dizer o que penso, pois tratam-se dos filhos dela, então só ela pode dizer e eu tenho que ficar caladinha.

E, ainda o telefone toca pela segunda vez, NÃO, EU NÃO MEREÇO, mas é outra, querendo falar sobre processo.

Marco para amanhã às 10.00h, e torço para que o dia acabe.

Se não acabar logo, vou ficar com problema como as bananas, que só dão em cachos.