UMA CIDADE INGRATA
 

Quantos são as criaturas que vivem em cidades belas, à visão de quem as visita, sem ao menos ter a ideia do sofrimento aos quais os seus habitantes estão acostumados a passarem.
Cidades onde o meio de locomoção é difícil e precário.
Onde a modernização do sistema de transporte está longe de serem implantados.
A sujeira convive com o povo, como se o povo não fossem seres humanos racionais.
Os bairros de periferia são verdadeiras calamidades públicas. Onde o lixo predomina e as suas ruas esburacadas identificam a lastimável pobreza que vivem os seus moradores. Não há infraestrutura. Os poderes públicos nada fazem para melhorar a vida dos seus moradores. Ao contrário, todo projeto para o beneficiamento destes bairros é direcionado para os bairros nobres da cidade. Todos ficam a mercês da própria sorte.
Enquanto isto, a vida continua. A propaganda politica cria nos habitantes perspectivas para um futuro melhor. E nada acontece. Os nossos dirigentes aproveitam a boa fé dos seus eleitores para agregar maior valor as suas fortunas.
O ensino fundamental, base importante para o crescimento dos seus estudantes, infelizmente são precários em função da falta de comprometimentos dos seus mestres. A desvalorização destes mestres é a causa deste comportamento. Os alunos, sem terem o que fazer, se desvia para o mundo da marginalidade.
A segurança do individuo fica entregue a própria sorte. Não há autoridades em defesa dos seus moradores. As suas famílias ficam a mercês dos desejos dos traficantes. O poder público não tem nenhuma autoridade comparada com a autoridade dos chefes do trafico.
A saúde pública passa a distancia para aqueles menos favorecidos. O atendimento precário é a forma que se apresenta em todos os postos de saúde do Município/Estado. Este é o retrato da maldita saúde publica numa cidade ingrata.
O crescimento desordenado transforma a vida dos seus moradores em verdadeiro inferno. Falta transporte coletivo, ruas e avenidas congestionadas, postos de saúde cheios de doentes, pronto socorro sem estrutura para suportar o numero de acidentados, crianças de rua a se prostituir, em cada esquina um mendigo, as praças são tomadas por moradores de rua, nos bairros vemos esgotos a céu aberto, praças e ruas sujas e sem coletores de lixo, a falta de sanitários públicos é evidente, há insegurança em toda parte, e o que é pior, o medo toma conta de todos os seus habitantes. Isto é a realidade, na minha concepção, de uma Cidade Ingrata. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Leonel Farias
Enviado por Leonel Farias em 04/06/2013
Reeditado em 11/10/2013
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