De onde vêm os bebês?


 Na França dizem que eles são encontrados no meio das folhas da couve-flor. Nós, brasileiros, somos trazidos pendurados no bico da cegonha. Os vizinhos argentinos dizem que a cegonha ‘deles’ os traz de Paris. E a ‘nossa’, de onde vem?...

Não sei se um dia vocês já se preocuparam com isso. Eu, quando pequena, imaginava que lá no céu havia um lugar em que bebês ficavam brincando até que a cegonha os pegasse e trouxesse para cá. Eu vim, porém não me lembro da viagem, que deve ter sido sensacional, nem de ter visto uma pena sequer da tal ave. Mesmo depois de crescida nunca percebi cegonhas voando por aí. Só agora tive a surpresa de vê-las ao vivo, bem coloridas. E não foi num Jardim Zoológico.

Viajando de Lisboa para a Espanha, lá no meio de Portugal, começamos a notar que no topo de todos os postes ao longo da estrada havia enormes tufos de palha. De início pensamos que aquilo podia ser obra do vento, mas parecia estranho. Reduzindo a velocidade e prestando atenção, pudemos ver grandes aves ali assentadas. De repente uma delas se levantou, imponente. Penas brancas e pretas, bico longo alaranjado. Que emoção, era uma cegonha! Depois outras e outras, uma infinidade. Algumas chocando, outras trazendo alimentos para seus filhotes pelados e de pescocinhos compridos levantados. Só senti não ter conseguido fotografá-los melhor.

Agradeço a Deus o privilégio de ter presenciado este emocionante espetáculo. Aquelas cegonhas não levavam crianças em seus bicos, estavam ali cuidando de seus próprios ‘bebês’.