Tristezas criadas e exageradas.
Escrevo esta carta as dezenove e cinquenta e sete de uma segunda feira.Estou exausta,muito além do que meu organismo poderia suportar.E sinto-me sugada e esgotada.Para rotular algo avassalador,que faz você perder o chão,que deixa as coisas esvaziadas de sentido.Como lidar com tudo isso?Quem faz conteúdo pode ler.
"Escrever é fácil começa com maiúscula e termina com ponto.É só colocar ideia no meio."Ensina Neruda.
E de mim posso falar,pois sou minha melhor amiga.Não sou apaixonada por mim mesma.E estou muito carente de relações liquidas,com vínculos pobres,que produza gente com necessidade tóxica de atenção.
Será que precisa ser tudo tão vazio?
O que atesta como a gente é banal hoje em dia?
Quando se resolve por em palavras todo o sentimento em tempo contínuo e a minha vida de experiências me faz sentir culpa por não ter passado tanto tempo com meus filhos que eu amo e que hoje não vivem mais comigo mas mostram-me como amar e melhor e que chegar lá é descobrir que lá não é um lugar,é um momento.
E as decepções que lembro estão sempre ao lado das minhas expectativas que se frustraram e a vida é maior que nosso poder de controle.
E tem um buraco entre a gente e as coisas do mundo.
E a gente tenta cobrir esse buraco o tempo todo,com alívios na ciência,religião,astrologia,runas,o que for.
Não suportamos a falta de respostas,queremos pensar.Resolver, de preferência agora.Já!
O problema é que as coisas precisam de tempo.E nem fazemos ideia de onde o tempo surgiu e surtamos.
Gosto de resolver o tempo já e interfiro bastante.
E também não tolero minha tristeza e eu.
Então fica meu assombro diante de minha impotência em meus erros,meus arrependimentos mais doídos,e reviro os sentimentos ruins e nem reconheço mais o que estou revirando.
E vivo me pegando cansada e com vazios existenciais e tristezas insolúveis em situações limites de pensar.
São obstáculos difíceis de quebrar.
Algo que é preciso ser feito para me equilibrar,mas o quê?
Como a gente se permite mudar por causa das possibilidades que sempre existiram?
Normalmente só fica na cabeça o que não presta.
Assim nos comunicamos e nos atualizamos.Sofrendo por coisas banais e tristezas criadas.
Assim pontuamos nossas cartas e atualizamos nossos buracos e nosso elemento pessoal mistura-se com nossas ideias e tristezas exageradas.
E me pego interagindo com pessoas que jamais falaria para diminuir o peso da necessidade que tenho de falar.
Até a próxima.Espero com menos buracos e tristezas.
Eliane Beyer como Lia Elemental