Força do testemunho

Sou cristã e me esforço para ser, nesta escolha, a mais autêntica possível. Mas nem sempre dou testemunho dessa opção, não por omissão ou inconsciência, mas por ser talvez um tanto relapsa. Confesso que escolhi a religião Católica Apostólica Romana para dentro dela professar a minha fé e vivência espiritual. Mas o Mensageiro de Deus, que se fez humano como nós, desde o nascimento até a morte, trazia do Pai a carta magna da salvação explicitada num grande discurso proferido sobre uma montanha. Todo o homem de boa vontade assimilou o recado de Deus. E os seguidores, apóstolos e discípulos procuraram viver e transmitir a todos o que aprenderam com Ele. Depois os evangelistas, escribas da antiguidade, inspirados por Deus, começaram a registrar, através de sinais e da escrita os acontecimentos narrados a partir dos tempos messiânicos, histórias que foram sendo transmitidas de geração em geração até nós e que deverão chegar até o fim dos tempos, com o mesmo valor e a mesma autenticidade... A grande mensagem do Pai foi e continua sendo, na sua mais profunda síntese e com total certeza: “A vivência do Amor” entre seus filhos. Essa virtude fantástica é que leva cada criatura humana a responder aos apelos do divino mestre para que o seu reino seja estabelecido entre os povos da terra. Podemos definir o amor como uma virtude fundamental para a prática da justiça, da misericórdia, do respeito, o que leva ao exercício da fraternidade universal e isso basta para que aconteça e se estabeleça o reino que o Pai quer, para seus filhos muito amados, um reino de amor e de paz. Nenhuma igreja conseguiu viver de forma totalmente coerente com o que o mestre ensinou. E a resposta para isso é sempre a mesma: somos humanos, sujeitos a falhas e fraquezas... Porém, muitos chegaram perto e conseguiram dar testemunho de sua fidelidade na causa do amor e da justiça. Entre milhares, podemos citar alguns, por exemplo: Agnes Gonxha Bojaxhiu, ou seja, Madre Tereza de Calcutá; Irmã Dulce, do Brasil; Oscar Romero, de El Salvador; Mahatma Gandhi, Tche Guevara, Nelson Mandela, Martin Luter Kim, Zilda Arns e tantos outros que seria impossível mencionar todos. Por vezes, cheguei a pensar que muita coisa poderia ser diferente por perceber alguns paradoxos. Certa vez, decidi, com todo o respeito, questionar algumas coisas que é também a pergunta de muitos, tais como: hierarquia de minha Igreja, a Mitra dos bispos, a simbologia dos santos pelas imagens, das quais eu gosto muito e as tenho em minha casa; as cartas de São Paulo, em várias passagens (Iº Cor, 1-16; Iº Cor, 33-40 e outras), a comunhão para os que não vivem em nenhuma ‘comum união’, o celibato imposto como condição aos sacerdotes, a exclusão da mulher como presbítera e algumas questões menos importantes, o que não se trata de uma simples heresia, mas se as questionamos é porque necessitamos de respostas convincentes para que assim possamos nos fortalecer na fé e acreditar que realmente estamos seguindo o Mestre naquilo que Ele nos ensinou. A liberdade de expressão nos é garantida por lei; a busca de respostas é um sinal pelo qual nos interessamos por toda a transparência e coerência na história do Projeto de salvação para a humanidade toda e em todos os tempos.


Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 17/06/2013
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T4346214
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