Um Grito Preso na Garganta
E foi assim que o grito contido no peito deu os seus primeiros sinais! Os anos de descontentamento, amarguras e sofrimentos não conseguiam mais segurar o grito contido no peito. A corrupção que assistimos com os olhos da revolta e a incapacidade de nada poder fazer, os desvios do dinheiro que deveria sanar pelo menos um pouco o sofrimento do povo sofrido, esse grito carregado de lágrimas era como um corpo estranho dentro do peito.
O coração maltratado por tantas decepções, já não tem forças para conter este grito.
E fomos às ruas, não para promover quebra quebra. Somos totalmente contrários a destruição dos bens públicos. Somos totalmente contra a queima dos ônibus porque precisamos dele para chegar ao nosso trabalho e voltar para casa, somos contra a queima de bandeiras, porque nós somos a bandeira que chora pedindo socorro, e não saímos ás ruas para sermos queimados e nem chicoteados. Suplicamos uma solução para os nossos problemas, porque estamos jogados às traças, o nosso dinheiro não dá para que tenhamos uma vida digna!
Aquele cordão de pessoas em silencio, umas de braços dados umas com as outras representa os juros e cobranças indevidas, que muitas vezes me fizeram ficar sem meu telefone para trabalhar porque o meu telefone estava bloqueado.
Representa o dia inteiro que a pessoa precisa passar no posto de saúde, doente, mesmo com febre, porque no posto de saúde não tem médicos suficientes para atender a população.
Representa as condições dos doentes nos corredores dos hospitais, jogados à própria sorte, uns até em colchões jogados pelo chão, como nos mostram as reportagens!
Representa a quantidade de impostos que somos obrigados a pagar. Não temos condições de ter uma vida digna porque os impostos comem o pouco que nos sobra.
Representa a nossa falta de segurança. Nós saímos de casa e não sabemos se voltamos, vivemos assustados, corremos o risco de ser assassinados na porta da nossa casa, depois de um dia inteiro de trabalho.
Representa as nossas condições de andar enlatados dentro dos ônibus e metrô, a ida e vinda do trabalho é mais cansativa que o próprio trabalho. Aliás, nós vivemos estressados devido as nossas condições de vida, nós levamos muitas vezes até 3 horas para chegar em casa depois de um dia de trabalho, sem as mínimas condições de conforto e segurança!
Representa a situação daquela mãe que precisa sair para trabalhar para ganhar o próprio sustento e não tem onde deixar o filho pequeno. As creches são insuficientes!
Representa a situação do aposentado, que trabalhou uma vida inteira para chegar na velhice sem o suficiente para ter uma boa alimentação.
Representa a interrogação! Como será a vida do meu filho, como será o futuro do meu filho?
Estamos cansados de acreditar em promessas, todo mundo promete um sem fim de providências que não são tomadas.
Cadê o nosso direito de sobrevivência humana? Não nos prometam mais nada! Nos dê condições apenas de ter uma vida decente, que os frutos do nosso trabalho sejam em beneficio da nossa sobrevivência.
E foi assim que o grito contido no peito deu os seus primeiros sinais! Os anos de descontentamento, amarguras e sofrimentos não conseguiam mais segurar o grito contido no peito. A corrupção que assistimos com os olhos da revolta e a incapacidade de nada poder fazer, os desvios do dinheiro que deveria sanar pelo menos um pouco o sofrimento do povo sofrido, esse grito carregado de lágrimas era como um corpo estranho dentro do peito.
O coração maltratado por tantas decepções, já não tem forças para conter este grito.
E fomos às ruas, não para promover quebra quebra. Somos totalmente contrários a destruição dos bens públicos. Somos totalmente contra a queima dos ônibus porque precisamos dele para chegar ao nosso trabalho e voltar para casa, somos contra a queima de bandeiras, porque nós somos a bandeira que chora pedindo socorro, e não saímos ás ruas para sermos queimados e nem chicoteados. Suplicamos uma solução para os nossos problemas, porque estamos jogados às traças, o nosso dinheiro não dá para que tenhamos uma vida digna!
Aquele cordão de pessoas em silencio, umas de braços dados umas com as outras representa os juros e cobranças indevidas, que muitas vezes me fizeram ficar sem meu telefone para trabalhar porque o meu telefone estava bloqueado.
Representa o dia inteiro que a pessoa precisa passar no posto de saúde, doente, mesmo com febre, porque no posto de saúde não tem médicos suficientes para atender a população.
Representa as condições dos doentes nos corredores dos hospitais, jogados à própria sorte, uns até em colchões jogados pelo chão, como nos mostram as reportagens!
Representa a quantidade de impostos que somos obrigados a pagar. Não temos condições de ter uma vida digna porque os impostos comem o pouco que nos sobra.
Representa a nossa falta de segurança. Nós saímos de casa e não sabemos se voltamos, vivemos assustados, corremos o risco de ser assassinados na porta da nossa casa, depois de um dia inteiro de trabalho.
Representa as nossas condições de andar enlatados dentro dos ônibus e metrô, a ida e vinda do trabalho é mais cansativa que o próprio trabalho. Aliás, nós vivemos estressados devido as nossas condições de vida, nós levamos muitas vezes até 3 horas para chegar em casa depois de um dia de trabalho, sem as mínimas condições de conforto e segurança!
Representa a situação daquela mãe que precisa sair para trabalhar para ganhar o próprio sustento e não tem onde deixar o filho pequeno. As creches são insuficientes!
Representa a situação do aposentado, que trabalhou uma vida inteira para chegar na velhice sem o suficiente para ter uma boa alimentação.
Representa a interrogação! Como será a vida do meu filho, como será o futuro do meu filho?
Estamos cansados de acreditar em promessas, todo mundo promete um sem fim de providências que não são tomadas.
Cadê o nosso direito de sobrevivência humana? Não nos prometam mais nada! Nos dê condições apenas de ter uma vida decente, que os frutos do nosso trabalho sejam em beneficio da nossa sobrevivência.