No meu silêncio

Bom dia! Vamos para luta?

O que é a luta afinal? O trabalho é lógico. Estamos no mundo, temos que dar nosso contributo para a evolução da humanidade. Temos que viver. Respirar, alimentar, reproduzir ... etc.

Vida biológica. Biologicamente existimos, metabolizamos, somos um ser vivo físico químico. Mas pensamos, sentimos, temos vontade. Não passamos de um caniço, porém um caniço pensante, dizia o filosofo.

Pensamento humano, coisa perigosa. Sentimento humano, coisa perigosíssima. Vontade humana, um leão faminto.

Saímos do abismo do nada para a existência e simplesmente existimos. Eu não pedi pra nascer. Ninguém pediu. Nasci. Nascemos. Estamos aí neste mundo de meu Deus.

Para que? Sei lá... talvez para dar um sentido, um significado a este período de existência bioquímica pensante neste planeta que chamamos terra e acreditamos ser parte ínfima de um infinito universo real.

E onde encontrar este sentido?

Já ouvi falar que dentro de nós mesmos. Mas dentro de nós nada mais há que átomos unidos num total desconhecimento de sua também existência e nada fazem além de fazermos ser o que somos materialmente falando. Matéria, é isso que somos, matéria com data de inicio e validade. Mas matéria com algo nada corpóreo que faz-nos uma matéria consciente de sua própria existência e da existência do mundo que nos rodeia, ao menos o mundo perceptível aos nossos seis sentidos, audição, olfato, paladar, tato, visão e mais uma serie de coisas que defino como sexto sentido.

Audição a graça de perceber o mundo pelos sons. Já despertamos pelo som de um frenético despertador a me cortar o prazer do sono matutino. Porém a manhã também é bela. Em meu quintal que de pequeno não tem nada, é repleto de passarinhos que pela penumbra do crepúsculo matutino são inspirados a cantarolara e adocicar o som urbano de meu bairro. Ouvir é bom toca-nos a alma, remete-nos a mundos ora próximos, ora distantes. E ponha distante nisso. A música que nada mais é que vários sons em harmonia a dar representatividade a uma sensação, imagem mais um tantão de coisas, esbarra em nossa alma. Emociona, alegra, acalma, relaxa.... Como pode uma barulhinho fazer tudo isso? E o Funk do meu vizinho? E o axé de letra péssima, e a musica de maior sucesso no ultimo carnaval que nada mais diz do que incitar-nos a rebolar num linguajar “Portinglês”? E o meu vizinho a malhar carro velho em sua Funilaria de rua? São todos sons, barulhinhos e barulhões.

Beleza... eles também tocam minha alma. O lado sombra de minha alma, meu lado “sinistro” do ser. Meu Deus!!!!

A audição é boa, mas o pior surdo é o que não quer ouvir. Ouçamos tudo o que o mundo e seus impertinentes barulhos tem a nos oferecer. Já parou de noite, deitado na cama a observar, ou seria “ouvirservar”?, todos os sons ouvíveis? Façamos esta experiência!

Tem musica que toca e na mesma hora meus pensamentos vão pra onde Deus quiser.

As vezes vão pra locais específicos também. Pacato cidadão do Skank me leva para 1995. Nesse ano aos sábados a tarde repunha bebidas nos frízeres do supermercado onde trabalhava. Esse era o horário em que a Rádio 98 FM tocava Pacato Cidadão. Caracas ouço a musica e me vejo carregando latinhas de refrigerante. Sem contar que a batidona “...lindas garotas rebolando até o chão, é claro que isso é funk meu irmão!” me remete também a tempos atrás: meus últimos meses em Campo Belo. Ouvir é tão simples mas insistimos em não ouvir. Escutamos mas não ouvimos. Caracas!!! Como podemos ter ouvido e não ouvir? Simples: estamos alienados. Nosso cérebro esta fadigado e só busca o que interessa. Será só isso? Não!, há outras coisas também. O que? Não sei dizer agora, mas há. Pense também poxa!

Gleisson Melo
Enviado por Gleisson Melo em 19/06/2013
Código do texto: T4349702
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.