Brasil de todos nós

Esther Ribeiro Gomes

Voltei no tempo, lembrei-me dos anos sessenta, os 'Anos Rebeldes', quando era estudante de direito na PUC/SP, uma jovem cheia de ideais e esperança de um Brasil melhor, como todos os demais...

Tomávamos as ruas, em marcha contra a ditadura, como os jovens que vejo agora, com o coração batendo acelerado de orgulho e coragem!

Enfim, o povo acordou, sob o estopim do preço abusivo das passagens e invadiu as ruas, contra a corrupção, a impunidade, a violência crescente e fora de controle, o dinheiro público escoando pelo ralo das obras nababescas da Copa, enfim, acordou para exigir cidadania!

Neste país onde se cobram impostos de primeiro mundo com retorno de Uganda, oferecendo ao povo uma assistência à saúde precária com péssimos hospitais públicos e falta de moradia, sem falar numa educação de má qualidade, já seriam motivos suficientes para uma revolução!

Mas o povo parecia anestesiado, acomodado, contentando-se com migalhas, preferindo o circo ao pão, à saúde e educação de qualidade!

É isso, brasileiros, vamos à luta por um Brasil melhor e mais justo, começando pelo voto consciente, nossa única arma contra esses ‘políticos profissionais’ que se locupletam com o dinheiro do povo e oferecem apenas demagogia barata para ganhar eleições!

Vamos à luta, mas muito cuidado com elementos movidos por interesses políticos vis, que se infiltram no meio dos manifestantes que bradam legitimamente, com ordem e pacificamente, para praticar vandalismo e violência, tirando a legitimidade do movimento!

Esses manipuladores se darão mal, pois esse não é um movimento político, mas, sim, um movimento social de um povo que cansou de ser ludibriado, de ser enganado com migalhas em vez de ter garantidos seus direitos de cidadãos!

Brasileiros, vamos em frente, como nos anos sessenta, quando éramos motivados na luta pela democracia, ao som da inesquecível canção de Geraldo Vandré:

‘Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não, nas escolas, nas ruas, campos, construções,

caminhando e cantando e seguindo a canção...

Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer!’

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 20/06/2013
Reeditado em 20/06/2013
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