CARMEN & OLGA

Duas mulheres, dois mundos, duas realidades e a distinção de duas histórias musicalmente contadas em espetáculos de grande estilo.

Pelo terceiro ano consecutivo a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional leva ao palco o Festival de Óperas de Brasília, com 11 apresentações que se iniciaram em 12 de junho, indo até 07 de julho. Com direção geral do maestro Cláudio Cohen, além das apresentações das óperas Carmen e Olga, haverá um concerto em homenagem ao bicentenário dos compositores Wagner e Verdi, e também uma homenagem ao diretor cênico Fernando Bicudo.

O III Festival de Ópera estreou com Carmen, de Georges Bizet, regido por Cláudio Cohen, com direção de Wiliam Pereira. Ano passado essa ópera fechou o II festival com enorme sucesso e muita gente ficou sem vê-la. Este ano, conforme o diretor Wiliam Pereira, “Carmen é diferente da apresentada no ano passado. Apresenta uma visão mais autêntica, com uma cigana mais revolucionária”. O diretor Willian Pereira também assina o cenário e os figurinos e diz: “É uma Carmen mais sóbria e não uma Carmen floral. Eu vejo essa Espanha franquista da época da guerra civil sem o clichê da Espanha turística”.

Cohen destaca, ainda, o elenco da ópera, que conta com a mezzo soprano croata Biljana Kovac e a brasileira Janete Dornellas revezando-se no papel da cigana que encanta os homens se valendo de canto e dança. O tenor alemão Martin Muehle será Don José, a espanhola Ana Luisa Espinosa interpreta Micaela e o brasileiro Homero Velho vive o toureiro Scamillo. Esses quatro nomes muito importantes dão ainda mais brilho à obra.

A saga de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes é o mote para a ópera Olga, de Jorge Antunes, que fecha o Festival sob a regência de Mateus Araújo. Esta é a primeira vez que a ópera – que estreou em São Paulo em 2006 – está sendo montada em Brasília.

No elenco, Martha Herr no papel de Olga, Adriano Pinheiro, no de Luiz Carlos Prestes; Homero Velho no de Filinto Müller e Cris Dantas como Carmen Ghioldi. Antunes afirma que durante décadas acalantou a ideia de compor uma ópera com a saga de Olga Benário. E ressalta que o libreto de sua obra foi escrito em parceria com Gerson Valle, baseado no livro de Ruth Wainer e não na biografia de Fernando Morais. Apesar de a abordagem política ser importante em Olga, Antunes não deixou de lado o amor entre Olga e Prestes. No segundo ato o compositor faz um paralelo entre as histórias de amor de Prestes e Olga e Tristão e Isolda.

"O amor dos dois casais surgiu em uma viagem de navio. Tristão levava Isolda para o Rei Mark, mas um filtro do amor a bordo acrescentou novos rumos à história. Prestes levava Olga para a revolução brasileira, mas um coquetel a bordo acrescentou novos rumos à história”, explica Antunes, completando: “Neste ato uso muitas citações de Wagner”. O diretor do Festival, Cláudio Cohen, celebra a apresentação de Olga em palcos brasilienses e afirma: “Escolhi encerrar o festival com ela porque valoriza o talento local”, afirma Cohen, lembrando que Antunes tem uma história com a Universidade de Brasília.
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Fonte das citações:
Convite/Programa
Correio Braziliense.
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 20/06/2013
Reeditado em 20/06/2013
Código do texto: T4350544
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