Senna sempre

(Publicada no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 13-05-94)

Domingo,1º de maio do ano em tela, foi um dia negro para a Fórmula 1, em que ocorreu no GP de San Marino, em Ímola, Itália, o acidente que tirou a vida do piloto Ayrton Senna da Silva, ídolo maior do automobilismo mundial. A morte precoce de Senna, aos 34 anos, causou perplexidade no mundo inteiro, deixando inconformada uma legião de fãs. Senna conquistou três títulos mundiais e sua coragem e bravura o fizeram insubstituível na F-1. Era o piloto mais rápido; se tivesse vida, com certeza bateria todos os recordes, inclusive o de Juan Manuel Fangio, piloto argentino cinco vezes campeão mundial, e dizia que era o único que poderia superá-lo.

O GP de San Marino foi fatídico, com as mortes de dois pilotos – do brasileiro Senna e do austríaco Roland Ratzemberger. Ainda houve outros acidentes não fatais. A verdade é que com as novas mudanças nos carros de F-1 este ano se tornaram mais velozes e vulneráveis, passando a exigir mais dos pilotos e das pistas. Muitas equipes não conseguiram adaptar seus carros. Senna reclamava de sua Williams, que não estava dirigível. Franc Williams chegou a ordenar seus mecânicos que atendessem Senna. Não conseguiram. E Senna foi imolado após colidir com o muro de proteção, na saída da curva Tamburello, a 270 quilômetros por hora. (Um dia antes de morrer, Senna liderava um movimento por mais segurança nas pistas). A morte de Senna questiona ainda mais a segurança dos pilotos, que deve ser preservada acima de tudo. Os pilotos têm que ser ouvidos. A FIA terá que revisar estas mudanças antes de mais perdas humanas. Há quase oito anos que não havia na F-1 a morte de um piloto desde o acidente do italiano Elio de Angelis, da Brabham, em treinos particulares no circuito de Le Castellet, na França.

Ayrton Senna conquistou o mundo fora das pistas pela sua simplicidade. O sucesso não lhe subiu à cabeça. Era religioso. Atencioso. Generoso. Solidário. Não era vaidoso. Não tinha vícios. Bom filho. Patriota. Foi um grande desportista – que soube valorizar o esporte. Esporte que é saúde, é vida. Senna herói, orgulho do povo brasileiro. Senna um exemplo de vida para a juventude brasileira e mundial. Espelhando em Senna outros jovens se sobressairão. Senna se foi mas fica o mito. Para sempre Senna.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 26/06/2013
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