A cobra, a aranha e a mata desmatada.

E, eu a andar por aqui, por ali e por acolá, e neste andar com algumas pedras. Ou o caminho está aplainado e limpinho? Sempre encontraremos pedras, buracos, barrancos inevitáveis, precisamos saber manobrar para a teia não esvoaçar. Ainda está por vir coisas piores. Não aguarde o caos.

Na construção da teia, e a aranha no meio dela fica tão sensual, fascinante. Ela nem sabe que tem alguns predicados observados e cultivados pelos olhares alheios. Ela não tem espelho!

... Emaranhar, enroscar e se espedaçar no olhar. Como é belo o natural, canta, canta Sabia, bem te vis, Seriemas, antes que a motosserra venha desbravar estas terras.

Ela disse-me: passei a noite em pesadelos. HOJE ao fazer uma caminhada, quando passava no parque com uma mata não muito crescida, passou uma cobra entre minhas pernas, quando entre um passo e outro. Quase pisei em sua cabeça. Acho que EU estava borboleteando no canto da cigarra! Ausentei-me um pouco de mim. Muitos dos meus iguais são piores, do que os supostos animais assassinados na devastação das matas que mata o equilíbrio do ecossistema, e hoje nem equilíbrio nem animais se encontram mais. As floras estão clamando por equilíbrio antes que seja o fim.

Não tenho mais visto aquela tarântula, onde estará andado, e em que teia tem se desenhado que não mais tenho cruzado. As aranhas se ausentaram ou foram devoradas não as encontrei. Penso que é o veneno que andara jogando por todo lado.

E os mosquitos de zumbidos estranhados nas esquinas dos pecados. Perdidos e achados.

E cuidados para não pisar em cobras, há muitas peçonhentas e que vem augurar o nossos presságios. Já ouço ao longe o grasnar de algum estouvado urubu.

Alguns insetos vieram me fofocar: “eles jogam agrotóxicos, mas sabem que outros insetos virão mais fortes, cada neto de inseto fica mais forte tomando inseticida é a sede do lucro que não acabam nunca”. Agrotóxicos fazem muito mal à saúde e há estudos científicos importantes que demonstram esse fato.

Quanto mais veneno se usa, maior será o desequilíbrio ambiental. E quanto maior o desequilíbrio ambiental, mais veneno se usa.

Parece ter um jeitinho especial de entender estes caminhos tortuosos, e também os suaves; aprender a andar por eles, pois na caminhada; a estrada nem sempre é reta, às vezes com perigos que nos afrontam e nos assustam. E, é nelas que saberemos encetar a valorizar a nossa caminhada nos tropicões, tombos, atropelos e arranhões. Assim iremos construindo o nosso destino.

A verdade é; se é que há verdade, é não fazermos disso uma tragédia, mesmo caminhando nos pântanos a beleza pode ser notada. Nos dias mais cinzentos, com imensa tempestade, se prestares atenção, e conseguir espantar os medos, veras a beleza que se forma no horizonte e quando a nossa sensibilidade puder olhar, a flor de lótus sorrindo em cor, ou prestar atenção à beleza do beija-flor!

Pois é nas dificuldades e na dor que aprendemos a carregar o nosso andor.