A menina que aprendeu a sorrir




     Havia uma menina que não sabia sorrir. Era uma menina simples, de cabelos longos, de olhar singelo e com pele de fada. Morava em uma casa. Uma casa onde todos sempre andavam com pressa. Sua mãe passava o dia subindo e descendo as escadas, sempre correndo para dar conta das tarefas diárias.
Seu pai, um senhor de olhar expressivo e bravo. Vivia da casa para o trabalho e do trabalho para casa.
     Nesse meio essa menina cresceu e não aprendeu a sorrir. Era uma menina bonita que usava óculos e que tinha mãos macias. Sempre andava com cabelo preso, com seus lindos olhos perdidos no nada. Sempre imaginando com a terra do nunca.
Bem essa historia da menina que não aprendeu a sorrir aconteceu em meio a uma explosão de sentimentos que envolvem não só o que pensamos, mas sim o que vivemos.
Era uma vez...Não...Certo dia a menina de olhar singelo, que mais parecia uma menina-mulher. Pela inocência de menininha, mas com a beleza de uma mulher feita envolta as pétalas de uma rosa, uma formosa menina que exalava o mais belo perfume encontrou o que faria aprender a sorrir.
     Foi numa tarde onde os sorrisos enfeitam o entardecer, foi nesse dia que aqueles olhos singelos avistaram um par de olhos castanhos. Foi como o encontro do rio com o mar, ou das ondas com a praia. Bem ao certo foi nesse dia que o sorriso começou a nascer, e nasceu da maneira mais pura, com um simples olhar, um olhar que desvendava o motivo de não sorrir. Começou com um olhar puro que acalanta a alma e faz qualquer um ir além daquilo que se sente. Que faz a imaginação ultrapassar barreiras, quebrar regras e escrever uma historia. Uma historia de amor.
     Dizem que o amor não aparece, ele acontece! Aconteceu que a menina que não sabia sorrir estava diferente depois daquele olhar. Uma sensação de medo, prazer e desejo dominava seu interior.
     Algo que nunca sentiu antes faltava palavras para explicar o que sentia. Faltavam sentimentos para uma definição, mas aquela menina que não sabia sorrir começou a olhar para dentro de si mesma e descobriu um vazio.
   Descobriu com aquele olhar que nada é para sempre, e que um minuto dura a eternidade dentro da gente. Com aquele olhar ela viajou no tempo. Imaginou-se nos braços, no abraço, no beijo e no desejo. Descobriu-se como mulher, mas com a pureza e simplicidade de uma menina, enfim uma doce menina-mulher que se expande para o mundo e para a vida. Foi assim que uma doce rosa se abriu para a primavera e compreendeu que no jardim o perfume das flores se completam para atrair o charme do beija-flor.
     Por um instante essa menina-mulher abriu seus lábios e de forma meiga e simples esboçou seu primeiro sorriso. Um sorriso que encantou a todos, e todos os olhares se voltaram, assim como os pingos da chuva tocam o chão.
     E assim um completando o outro a menina-mulher aprendeu a sorrir.
Vagner Alves
Enviado por Vagner Alves em 03/07/2013
Reeditado em 03/07/2013
Código do texto: T4370797
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