DEBAIXO DO CÉU...

DEBAIXO DO CÉU...

Uma mesa. Quatro cadeiras. Sofás. Almofadas. Cortinas. Corredor. Nosso quarto. A rua. As árvores. As estações. Um Natal, mais outro, um aniversário, mais outro e outro... E quantos mais? Houve um cenário debaixo deste céu. E as luzes continuaram acesas. Teria sido melhor se apagadas estivessem. Alguém percebeu que algo mudou no mundo? No meu mundo? E se percebeu, a quem importa? E se importa, o que fazer? E se fizer, será o certo? E o que é o certo, neste cenário, debaixo do céu?

E houve céu? E há ainda?

Se há, eu quero ir. Se é pra ir, eu quero ontem. Antes de mudanças. Antes de cenários.

Quero ser para o que há de ter sido ou haverá de ser. Porque... Debaixo do céu... Tudo como está, inclusive eu, que não deveria estar.

Há um céu? Repito. Se há, por favor, levem-me daqui.

(Adriana Luz – 03 de julho de 2013)

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