DESEJO DE SER RICO!

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar os teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça”. (Epicuro).

Falar de um assunto delicado que envolve muita gente, mas que a maioria delas não se confessa como tal, constitui uma tarefa não muito agradável. Contudo, importante, pois pode servir de alerta para aqueles mais desavisados, que inconscientemente enveredam por caminhos pouco recomendáveis.

Às vezes, o desejo de ser rico é tão forte, que os ambiciosos, não conseguindo a realização de seus sonhos contentam-se em conviver com pessoas abastadas. Conversar com elas sempre que possível, tecer comentário elogiosos, admirar suas ações, não medindo esforços em ajudá-los. Mesmo que isso não represente nenhum reconhecimento. Para os ricos, esses bajuladores não passam de úteis vassalos.

Geralmente, gastam além de suas posses, adoram ser convidados para as festas de gente poderosa e vivem quase sempre com dificuldades financeiras. Abominam as classes sociais mais pobres. Procuram ostentar uma situação financeira irreal. O mercado de consumo ciente dessa fragilidade moral alimenta esse comportamento.

Cria-se um mundo fantasioso de “faz de conta”. Esses pretensos abastados abominam qualquer movimento em direção as grandes transformações sociais, defendem o “Status quo” com grande truculência verbal. Infelizmente, a ação conservadora desse grupo de pessoas acaba constituindo grande obstáculo para mudanças. Que significariam em melhoria nas condições de vida das classes mais desprivilegiadas e não representariam nenhuma perda para eles, somente para os mais ricos.

Muitos delas são pessoas talentosas, ótimos profissionais, mas a ambição é tão grande, que passam a vida infelizes. Buscam uma posição social que não conseguem atingir. São como mariposas em volta de uma lâmpada acesa, seduzidas pela forte luz. Não sabem os pobres insetos, que quando esbarram no objeto luminoso, são prontamente fulminados.

Assim, a autocrítica sobre o comportamento pessoal é fundamental para controlar esse traço negativo de caráter. É bom lembrar que tudo não passa de grande ilusão. Como diria o grande poeta baiano Dorival Caymmi: "pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz". Ou o filósofo Eduardo Giannetti: “a felicidade é bem melhor distribuída no mundo do que a riqueza e o poder.”

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 04/07/2013
Reeditado em 23/04/2015
Código do texto: T4371577
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