Nos armários da consciência

Estamos no outono do ano dois mil e nove. Uma tarde gris, melancólica e um vento pouco mais que suave se debate contra nossas paredes, arremessando algumas folhas do meio do jardim, meio pomar. É no solar Oásis, em Vila Nova do Sul. Além das lidas necessárias, tenho horas de folga e estas são dedicadas para leitura e para escrever o meu segundo livro. É um lugar propício para este tipo de lazer. Hoje, refleti sobre o que vale a pena fazer para ajudar o próximo a melhorar. Mas, em primeiro lugar, melhorar a nós mesmos e, por este gesto, consequentemente, quem estiver ao nosso redor vai sentir a diferença benéfica dessa experiência, pois o que valer a pena para mim deverá valer também para os que mantêm alguma relação conosco, seja ela no trabalho, na sociedade, no lar, na comunidade. Pensando bem, nossa vida é como uma casa que tem cozinha, varanda, sala, dormitórios e com ela seu mobiliário. Vamos começar pelo armário da sala de visitas. Bem organizados, ficaremos mais tranquilos. Então, vale a pena, creio eu, abrir o armário e ir retirando dele tudo o que for supérfluo, que o está enchendo por demais e que o torna pesado e, por vezes, mal arrumado ou desorganizado, e vamos substituir por coisas mais úteis e necessárias. Por exemplo: 1) Vale a pena retirar dele nosso egoísmo que acumula coisas sem repartir com alguém o que temos sobrando. Tenho dons, vou repartir, ensinando a outros o que posso fazer ou colocando-me a serviço; se tenho sobra de agasalhos, de dinheiro, de alimento, devo partilhar com quem não tem. Se tenho Deus em minha vida, devo procurar levar esse Deus até meus irmãos que ainda não o conhecem. Se tenho fé, devo mostrar ao outro, o poder da fé e que sem ela estamos num barco a deriva. 2) Vale a pena retirar do nosso armário a indiferença, a omissão e o comodismo e ser presença na vida das pessoas, seja não só nas horas de alegria, mas principalmente na hora da dor, ser mão amiga, que acaricia. 3) Vale a pena retirar do armário qualquer sentimento de raiva, de ciúmes e de vingança, pois a raiva não soluciona nada, mas acarreta doenças físicas e psicológicas a quem a sente; o ciúmes e a inveja são fatores preponderantes de fracasso a quem os nutre, ele advém da insegurança e do descrédito em si mesmo; o ciumento não aceita a conquista, a vitória, a alegria do seu próximo; não aplaude, não parabeniza, não vibra com o outro e pode se tornar um psicopata, um desajustado e até um bandido. A vingança, é um sentimento cruel e avassalador, especialmente, quando é causada por uma injustiça e pelo desejo de derrota àquele que, na sua mente doentia, considera obstáculo para sua prepotência e orgulho. 4) Vale a pena tirar do armário o frasco da intriga, pois ela é o instrumento dos fracassados, para obter amizades, que, neste caso, são falsas e de interesse, exclusivamente pessoal. Jogar uns contra os outros, essa é a finalidade do intrigueiro com o intuito de obter confiança da parte interessada que comumente é o chefe ou alguém com poderes. Geralmente, o intrigueiro é irmão gêmeo do chamado puxa-saco e a história do puxa-saco é verídica e aconteceu num passado não muito distante.




Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 06/07/2013
Reeditado em 11/07/2013
Código do texto: T4375350
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