A lógica do sábio
Andei pelas vilas, procurando resposta para coisas que eu não entendia, e entre estas, o motivo para tanta diferença entre uma família e outra. Conversando com essas pessoas, pude constatar uma realidade: há famílias que acreditam que, através de boa vontade, esforço e criatividade, poderão melhorar sua situação de muita pobreza em uma vida bem melhor. Enquanto outras se acomodam, vivendo com o mínimo para sobreviver e assim vivem e morrem. Sua conformação é atribuída a crença equivocada de que é Deus que quer assim...
Repasso a história que me contaram:
Certa vez, um monge andava por uma região do oriente, com o seu discípulo. Chegou a uma casa muito pobre. Lá morava um casal, vivendo em condições miseráveis com muitos filhos, subnutridos e maltrapilhos.
O monge perguntou:
– Do que vocês vivem, donde tiram sustento?
O homem disse:
– Temos uma vaquinha, tomamos leite, fizemos queijo e, se sobra, vendemos para comprar outro alimento.
O monge, chocado, com tanta miséria e tanto comodismo, disse:
– Deus o abençoe.
O monge foi embora, andou um quilômetro, parou, e disse ao discípulo:
– Volte lá pegue aquela vaquinha e leve-a até uma barranca, bem alta, empurre-a para baixo.
O discípulo não podia acreditar no que ouvia, pois aquela vaquinha era o único meio de sustento daquela pobre gente. Mas, como o mestre era muito sábio, o discípulo fez o que ele mandava. Embora, com o coração partido...
Alguns anos se passaram.
O discípulo voltou àquela região e lembrou-se do que havia se passado naquela visita que fizera com o Sábio. E foi procurar àquela família. Mas, ao chegar, não encontrou mais o rancho. No lugar, havia uma casa grande, muitas plantações...
Logo, passou-lhe pela cabeça: eles devem ter morrido e outro deve estar habitando esta casa bonita.
Qual não foi sua surpresa quando foi recebido pelo mesmo habitante do antigo ranchinho. Então, pergunto-lhe o que havia acontecido, e ele narrou: tínhamos apenas uma vaquinha que nos sustentava. Um dia aconteceu que ela morreu. No início, passamos por dificuldades, mas, depois, tivemos que nos virar e trabalhar a terra. Plantamos árvores frutíferas. O trabalho aumentou muito e tivemos que contratar empregados e assim, fomos prosperando. Hoje, estamos vivendo muito bem, como o senhor pode observar.
“A vaquinha era o motivo da acomodação e, consequentemente, da miséria.”
Andei pelas vilas, procurando resposta para coisas que eu não entendia, e entre estas, o motivo para tanta diferença entre uma família e outra. Conversando com essas pessoas, pude constatar uma realidade: há famílias que acreditam que, através de boa vontade, esforço e criatividade, poderão melhorar sua situação de muita pobreza em uma vida bem melhor. Enquanto outras se acomodam, vivendo com o mínimo para sobreviver e assim vivem e morrem. Sua conformação é atribuída a crença equivocada de que é Deus que quer assim...
Repasso a história que me contaram:
Certa vez, um monge andava por uma região do oriente, com o seu discípulo. Chegou a uma casa muito pobre. Lá morava um casal, vivendo em condições miseráveis com muitos filhos, subnutridos e maltrapilhos.
O monge perguntou:
– Do que vocês vivem, donde tiram sustento?
O homem disse:
– Temos uma vaquinha, tomamos leite, fizemos queijo e, se sobra, vendemos para comprar outro alimento.
O monge, chocado, com tanta miséria e tanto comodismo, disse:
– Deus o abençoe.
O monge foi embora, andou um quilômetro, parou, e disse ao discípulo:
– Volte lá pegue aquela vaquinha e leve-a até uma barranca, bem alta, empurre-a para baixo.
O discípulo não podia acreditar no que ouvia, pois aquela vaquinha era o único meio de sustento daquela pobre gente. Mas, como o mestre era muito sábio, o discípulo fez o que ele mandava. Embora, com o coração partido...
Alguns anos se passaram.
O discípulo voltou àquela região e lembrou-se do que havia se passado naquela visita que fizera com o Sábio. E foi procurar àquela família. Mas, ao chegar, não encontrou mais o rancho. No lugar, havia uma casa grande, muitas plantações...
Logo, passou-lhe pela cabeça: eles devem ter morrido e outro deve estar habitando esta casa bonita.
Qual não foi sua surpresa quando foi recebido pelo mesmo habitante do antigo ranchinho. Então, pergunto-lhe o que havia acontecido, e ele narrou: tínhamos apenas uma vaquinha que nos sustentava. Um dia aconteceu que ela morreu. No início, passamos por dificuldades, mas, depois, tivemos que nos virar e trabalhar a terra. Plantamos árvores frutíferas. O trabalho aumentou muito e tivemos que contratar empregados e assim, fomos prosperando. Hoje, estamos vivendo muito bem, como o senhor pode observar.
“A vaquinha era o motivo da acomodação e, consequentemente, da miséria.”