Antenas da modernidade! (EC)

‘Parece que foi ontem... ’, expressão muito utilizada pelo saudoso humorista Ronald Golias quando encarnava seu personagem Carlos Bronco Dinossauro, criado na participação especialíssima que fazia em quadro de humor denominado FAMILIA TRAPO, de muito sucesso no período compreendido entre 1967 e 1971, me levou a conjecturar acerca do que poderia desenvolver acerca deste nosso desafio.

Lembro-me que alguns anos antes, em 1950, um pioneiro nordestino chamado Assis Chateaubriand, ousadamente importou dos EEUU, mais especificamente da RCA (Radio Corporation of América) os primeiros equipamentos para transmissão com imagens no Brasil. Por volta de 1965, às duras penas consegui adquirir um aparelho de TV, à época, símbolo de status, aparelho da marca INVICTUS, que teve sua fabricação iniciada em 1951!

Recordo-me que indagações tipo: Como é que cabem tantas pessoas dentro de um aparelho tão pequeno?

E por mais incrível que possa parecer, não eram tão incomuns...

O tempo passou e a tecnologia inicialmente importada, a guisa de muito esforço, improvisação e competência, aliados ao importe de novos desenvolvimentos de software e hardware, dentre os quais aparelhos de videoteipe, foram atingindo patamares comparáveis àqueles existentes de onde houve a importação, possibilitando utilizações diversas daquelas para as quais foi inicialmente idealizada como utilização ‘tupiniquim’!

Nos dias atuais, é comum encontrarmos a tecnologia que envolve câmaras de filmagem nas portarias de edifícios, em garagens de condomínios, em estacionamentos diversos, no interior de lojas, em salões de festas, em supermercados, no interior de escritórios, em escolas, em residências e, de uma forma mais intimista e que é amplamente explorada por redes televisivas, em reality shows que expõem alguns segregados aos olhares curiosos de milhões de telespectadores, em disputa recheadas de intrigas, jogos, festas, premiações e muita apelação sensual!

Veiculado no Brasil por emissora de transmissão aberta e que avança em transmissão por período mais longo em retransmissoras de transmissão fechada, tem audiência a cada edição do show business cada vez em percentual maior, o que denota o crescimento da curiosidade do público nacional sobre aspectos não muito culturais no fornecimento de informações repassadas pelos circuitos internos de TV!

E, por essa e outras, que laconicamente me permito voltar no tempo e buscar lenitivo naquilo que julgo ter sido a primeira intenção do aventureiro nordestino que acreditou no novo meio de comunicação aqui pelo Brasil, no qual, diferentemente da forma usual à época, permitia que aquele(s) que recebia(m) os ‘ensinamentos’ pudesse(m) ver as feições e reações daquele(s) que os transmitiam.

Assim como diversos idealizadores que nortearam suas pesquisas, seus desejos, suas aspirações em prol de desenvolvimentos que iriam ao encontro de minimizar, entreter, embelezar, facilitar... as atividades, formas de lazer, edificações, busca de informações culturais... o pioneiro da comunicação televisiva brasileira deveria estar estarrecido, se vivo ainda fosse nos dias atuais, com o desvirtuamento dado em utilizações feitas com a tecnologia e equipamentos sofisticados oriundos de seu empreendorismo...

Então, me permito plagiar o antigo dito do memorável personagem criado pelo impagável falecido humorista, fazendo expressão meditativa e exclamando: Parece que foi ontem!

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Pelo Circuito Interno de TV

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