A Natureza e o Tempo: Um Dueto
A Natureza e o Tempo: um Dueto
“ Natureza – Tempo” eis o dueto que faz a vida, como almas gêmeas interligadas em seus papeis. Como entender um, sem mencionar a participação do outro? O tempo dá voltas fazendo a dança das estações com suas peculiaridades e surpresas. Aí já é pensar na natureza e seu fascínio. Há muito, já declarei querer ver a cara da primavera; de outra feita, só queria entender o outono e, também, não me abandonei amenas recordações de um verão distante. Mas, no momento, vale a face fria do inverno refrigerando tudo ao nosso redor. Gosto do ar frio das noites, varrendo ruas vazias, queimando rostos, sugerindo uma certa tranquilidade como fosse um consolo. O tempo do inverno clama aconchego e recolhimento, tem tudo a ver com uma sobriedade gostosa de vida, sossego de alma, sonoridade de ventos, beleza de manhãs claras e sol morno. De cada estação aprecio suas particularidades, e namoro o ambiente em cada aspecto em que se apresenta.
Tempo e natureza se confundem e ambos movem o mundo. O tempo com suas versatilidades está sempre a criar, produzir, induzir, fantasiar, construir ou destruir, fazer nascer, crescer, amadurecer, regenerar e morrer. Tudo ele nos dá, tudo permite e tudo, implacavelmente, pede de volta – o tempo é uma poderosa arma da vida. Concede-nos belezas e sortilégios, porém, certas feitas, escancara-nos tristezas e adversidades como um ardiloso embusteiro.
Portanto, de ambos colhemos saciedade, prodigalidade, força, maturidade, esperança e vida. E, agora, enquanto a natureza nesse inverno derruba das árvores folhas amareladas e frias, prometendo tenras ramificações; podemos seguir agradecendo e respeitando o tempo - mensageiro de Deus - aguardando que após embates e tribulações muita paz, força, tranquilidade e renovação de vida ele possa nos conceder. Vai que concede!