BRAÇO DE MULHER

O relógio não anda mesmo e Maria Clara não vê a

hora de juntar suas coisas, passar seu cartão ponto e pegar a rua. Mais um dia de trabalho que encerra. Encerra ou inicia? O que mais parece uma dúvida é uma certeza, pois o dia apenas começa na vida da mãe e dona de casa....sim o serviço está apenas começando. Com o marido viajando a trabalho, Maria Clara tem a tarefa de pai e mãe. O filho Julinho, a pouco completara um ano e é levado para a creche pela manhã e só a tardinha é buscado pela mãe. Nesse momento mágico em que recebe o filho amado os olhos azuis de Julinho brilham e encontram-se com os de Maria Clara, que aninha nos braços aquele que nesta hora faz seu ser sentir-se completo. Ela entende ser o corpo do filho uma extensão de seu próprio corpo. Neste momento Maria Clara esquece-se da dor dos braços, da fatiga do dia de trabalho e inicia a viagem de retorno ao lar.

No ônibus lotado, em pé, começa a sentir o peso da bolsa com as fraldas molhadas, que o menino usou e foram apenas enxaguadas. A criança dorme, esticado, parecendo ser um menino grande, mas lembrando um anjo.

A mãe ganha um lugar e sentada olha o braço, que a alça da bolsa deixou marcado, e pensa como poderá carregar a sacola das compras, que terá de fazer no mercadinho próximo.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 10/07/2013
Reeditado em 03/03/2019
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